Cabeças raspadas, caras pintadas e “brincadeiras” vexatórias aos poucos deixarão de fazer parte da recepção aos calouros nas universidades. Pelo menos é o que pretende a Fundação Educar DPaschoal ao realizar o Trote da Cidadania, uma iniciativa que premia os três melhores projetos de trotes solidários de instituições superiores de ensino por todo o País. Ainda há tempo para concorrer, pois as inscrições para 2009 estão abertas até 1º de abril.
A Educar visa estimular, no processo de integração entre calouros e veteranos, a prática de ações sociais, o desenvolvimento de campanhas educativas ou qualquer outra iniciativa que traga benefícios sustentáveis à comunidade. Entre os critérios para avaliação, estão o impacto social da atividade desenvolvida, o plano de ação e a sustentabilidade, além do envolvimento da própria instituição de ensino.
Não há limite de participantes por grupo, porém, apenas seis integrantes poderão representá-lo (quatro veteranos, um calouro e um professor) na cerimônia de premiação. O primeiro colocado será contemplado com uma viagem de turismo consciente. O segundo levará para casa um laptop e o terceiro, uma filmadora. Os 25 melhores pontuados no Trote da Cidadania serão convidados da Fundação Educar DPaschoal para um workshop universitário.
A organização do projeto recebe, em média, 50 inscrições por edição. E este número tende a crescer, principalmente, devido à crescente repercussão negativa que os trotes violentos têm adquirido na mídia nacional. O universitário Laio Figueiredo, de 20 anos, é um dos interessados em abraçar o Trote da Cidadania. “A ausência de humilhações e bebedeiras forçadas garantem um ambiente melhor para as pessoas se conhecerem”, afirma o estudante de Economia da Universidade Federal Fluminense.
O trote solidário não deixa de ser divertido. Muito pelo contrário. Os veteranos exercitam a criatividade; valores positivos são agregados à imagem da universidade; o calouro se depara, desde o primeiro dia letivo, com noções de cidadania, ética e solidariedade; e, principalmente, uma parcela da sociedade é beneficiada. Ou seja, é interessante para todas as partes.
Genilson Coutinho, formado em Letras pela Universidade Salvador (UNIFACS), orgulha-se de ter participado do Trote da Cidadania e, mais ainda, por ter conquistado o terceiro lugar na edição de 2007. “Tenho trazido essa experiência na minha vida: a essência de ser cidadão, de poder contribuir para a melhoria da nossa cidade e, principalmente, entender que a vivência universitária vai além dos muros da universidade”, comenta Genilson.
No mundo cada vez mais globalizado, onde é possível chegar ao outro lado do planeta em horas, minutos ou até mesmo segundos, sobra cada vez menos tempo para reparar naqueles que estão do nosso lado. Iniciativas como o Trote da Cidadania ainda são raras e divulgadas abaixo do necessário. Porém, sua mensagem ultrapassa barreiras: bem vindo ao mundo solidário.
Thales Porto – 6º período

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