Segundo informações do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira é doadora de sangue. Número esse que, para os cálculos da OMS – Organização Mundial de Saúde está abaixo da média ideal para um país, que vai de 3,5% a 5% de doadores.
Apesar de segura, rápida e confortável, a doação de sangue ainda enfrenta vários obstáculos colocados, na maioria das vezes, pelos cidadãos. Alguns até acreditam que ela pode prejudicar o desempenho sexual ou, então, contribuir para o emagrecimento. Enquanto outros têm receio de passar mal durante a coleta.
No entanto, grande parte da população desconhece que, em média, um organismo adulto possui cinco litros de sangue e que, numa doação, apenas 450ml são coletados. Ou seja, menos de 10% de sangue de todo o corpo.
Além disso, todo o procedimento da doação é formado por apenas quatro etapas que duram, aproximadamente, 50 minutos no total. Na primeira, o voluntário preenche um cadastro; a seguir, ele passa por uma triagem médica, em que o profissional checa se o voluntário está apto para doar sangue; a terceira etapa é a própria coleta e, por último, o doador ainda recebe um lanche.
Esse é o procedimento do HEMORIO – Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, o primeiro banco de sangue do Brasil, localizado no Centro do Município do Rio. Apesar de ter capacidade para realizar o dobro de atendimentos, o HEMORIO recebe, diariamente, 300 candidatos como voluntários à doação de sangue.
O assessor de comunicação do Instituto, Marcos Araújo, diz que a Associação de Voluntários do HEMORIO – AVH é a responsável por todo o recrutamento, treinamento e coordenação dos voluntários.
“Temos uma média de 100 voluntários atuando diretamente em vários projetos da Associação no atendimento de pacientes que realizam tratamento de doenças hematológicas e na recepção e captação de doadores de sangue (hemoterapia).”
Marcos Araújo diz ainda que doar sangue não é somente uma questão de solidariedade como muitos dizem e pensam. “Doar sangue é um ato de cidadania e de responsabilidade social, pois todos podem precisar um dia.”
Aproveitando o gancho, Marcos fala sobre a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, que será realizada no dia 25 de novembro. A campanha é estratégica, pois segundo o assessor, durante o fim de ano, os números de doações tendem a cair e a demanda por sangue, então, a aumentar.
O militar Charles Richard, 31 anos, é um doador desde o ano de 2000, quando decidiu contribuir com a Marinha na campanha que realiza todos os anos. Charles costuma se dirigir ao HEMORIO de sete em sete meses para fazer o que, para ele, é uma ação que salva vidas: doar sangue. Além disso, o militar também é doador de órgãos e tecidos. “Só em saber que posso ajudar a salvar outras pessoas, fico feliz”.
Helena Furtado, 28 anos, executiva em Turismo e Hotelaria, também sente-se mais tranqüila e com a sensação de dever cumprido depois da coleta de sangue. “Temos a tendência de só lembrar a importância da solidariedade quando a necessidade bate a nossa porta.”
Com muita indignação, o enfermeiro Luiz Torres, de 26 anos, comenta que, se no Brasil oferecessem dinheiro em troca das doações, com certeza não teríamos o número de voluntários que temos hoje. “É vergonhoso. No Brasil tudo é motivado por interesse. Ninguém toma iniciativas de cidadania apenas para ajudar o próximo.”
Para conhecer com mais detalhes os requisitos básicos para se tornar um doador de sangue, visite o site http://www.hemorio.rj.gov.br
Verônica Garcia • 6º período • Jornalismo Digital
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