Programas humorísticos e Internet em debate no IETV

O Instituto de Estudos em Televisão realizou na quarta-feira, 5 de novembro, no auditório do Oi Futuro, o debate Linguagem e Experimentação – Transgressão e renovação: as novas formas de humor na TV brasileira. O tema foi discutido pelos apresentadores Marcelo Tas, acompanhado do diretor do programa CQC Diego Barredo, Marcelo Adnet, com a diretora da MTV Raquel Afonso e Sabrina Sato.

Para exemplificar o humor da emissora em que trabalha, Raquel mostrou vídeo de quatro programas que fizeram e fazem sucesso entre os telespectadores: Teleguiado, Gordo a Go-go, Piores Clipes do Mundo e Hermes e Renato. A diretora da MTV contou que para conseguir novos talentos para a programação, eles contam com a ajuda da audiência, de vídeos recebidos pela Internet e de buscas em sites como o You Tube.

Marcelo Tas explicou que o humor dos programas exibidos, e o de programas como o Custe o Que Custar, é um humor de experimentação, não subestima a inteligência do telespectador, e é por conta disso que eles conquistam a audiência. “A TV não acredita no espectador, ela entrega menos do que ele quer ver. Nós temos que fazer coisas arriscadas, inesperadas”, disse.

Única representante do humor feminino, Sabrina Sato defendeu a classe dizendo que o mito de que a mulher só entra numa piada para estragá-la é falho. Segundo ela, todos os programas humorísticos da televisão são engraçados e não são concorrentes entre si, já que cada um passa num dia.

O apresentador do programa 15 Minutos, Marcelo Adnet, explicou que o formato do programa, com apenas 15 minutos de duração, deu certo por causa do humor simples do dia-a-dia e da exposição virtual. Para ele, a televisão deve apostar nessa nova forma de apresentar o conteúdo.

Raquel Afonso concordou com Adnet e ressaltou que a Internet é o primeiro lugar onde eles testam novos programas e que a MTV tira muitas idéias de lá. Segundo a gerente de programação da MTV Brasil, quem quiser entrar na emissora agora só enviando trabalho pela web. “É o tempo da Internet. Não tem Globo, não tem SBT, não tem Record, o You Tube agora é a concorrência das emissoras”, disse.

Ana Paula Lobato • 8° período
Foto: Patricia Haddad