Apesar da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde recomendarem a amamentação exclusiva da criança até os seis primeiros meses de vida, no Brasil este período só durava quatro meses, e logo depois as mães eram obrigadas a voltar para o trabalho e deixar seus recém-nascidos em casa. O aumento da licença-maternidade de quatro para seis meses, significa mais dois meses para amamentação, o que possibilita a mãe à dar mais atenção as necessidades fisiológicas e emocionais do bebê.
A licença-maternidade ampliada, já é realidade para as mães brasileiras. A medida foi proposta pela senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que elaborou um projeto que aumenta a licença-maternidade em troca de benefícios fiscais no estado do Rio de Janeiro. O projeto já está em prática em mais de 90 municípios e 10 estados brasileiros. São Paulo foi o último estado a integrar o aumento de dias para suas funcionárias.
Ter a mãe bem perto à maior parte do tempo é algo que o bebê precisaria por pelo menos um ano, e não apenas por seis meses, mas esta realidade não é possível no Brasil. O período é pequeno, pois ao término do prazo de seis meses para amamentação exclusiva, chega o momento em que o bebê deve ser apresentado a outros alimentos, além de continuar recebendo o leite materno.
A entrada de outros alimentos ao cardápio do bebê deve ser feita devagar, a introdução de leite não humano só deveria acontecer após os dois anos, sendo assim o bebê precisaria continuar mamando, supostamente na mãe, fonte única de leite humano. A introdução precoce de leite humano ao cardápio pode prejudicar o trato digestivo dos bebês e provocar doenças cada vez mais comuns nos consultórios pediátricos, como alergias a proteínas animais, por exemplo.
Um exemplo disso é Beatriz Pereira Olive, nove anos. Sua mãe, a funcionária pública Alessandra Pereira, 28 anos, conta que quando ficou grávida de Bia, a licença-maternidade durava apenas quatro meses, e logo depois ela voltou a trabalhar. Sem experiência com crianças, pois estava sendo mãe pela primeira vez, Alessandra amamentava Bia com leite materno, mas quando voltou a trabalhar inseriu ao cardápio do bebê um leito apropriado para recém-nascidos. O resultado foi o pior possível, Bia teve um sério problema intestinal e até hoje é alérgica a leite e a qualquer tipo de derivado.
“Acho importantíssimo o aumento deste período, os bebês precisam muito da mãe nos seus primeiros meses de vida, é fundamental estar por perto, e acompanhar o desenvolvimento do seu bebê, isso pode evitar muitos problemas a saúde da criança no futuro”, diz ela.
Por Tatiane Vargas, 5º período de Jornalismo
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