Escolas de samba do Rio de Janeiro se posicionaram contra o Projeto de Lei 1904/2024. As entidades se juntaram ao movimento que ganhou força nas redes sociais e nas ruas e aproveitaram o momento para declarar seu repúdio ao PL. Com a frase “criança não é mãe”, as agremiações pediram apoio e respeito às mulheres e crianças.
O PL 1904 propõe mudanças significativas nas condições legais para a realização do aborto no país. O projeto visa equiparar a prática, realizada após a 22ª semana de gestação, ao crime de homicídio simples, mesmo nos casos atualmente permitidos por lei, como estupro, risco de vida para a mulher ou anencefalia fetal. Se aprovado, o projeto aumentará a pena máxima para quem realizar o procedimento após as 22 semanas de gestação, passando de 10 para até 20 anos de reclusão.
Historicamente, as escolas de samba desempenham um papel crucial de luta e resistência no país. Diante das injustiças sociais, as agremiações sempre surgiram utilizando a arte como forma de protesto e conscientização, participando ativamente da política em busca de uma sociedade equitativa. Por muitas vezes originárias das comunidades periféricas, os grupos se tornaram não apenas centros culturais, mas também espaços de resistência e mobilização social.
Mocidade Independente de Padre Miguel
Na segunda (17), a Mocidade declarou por meio das redes sociais seu repúdio ao Projeto de Lei 1904/2024. A publicação movimentou alguns comentários prós e contra a ideia da escola de samba.
“Tenho no meu DNA, a missão de ser uma mãe e não poderia me calar em meio ao absurdo que acontece neste momento”, disse por meio de um post no Instagram.
Portela
Por intermédio das redes sociais a Portela publicou, no último domingo (16), um post que explica do que se trata o PL 1904/2024 e trouxe dados das classes sociais que esse PL atinge. Entre os seguidores da escola, seu posicionamento foi aceito e muito apoiado pela comunidade.
“A Portela une forças contra o PL 1904. Diga não ao PL 1904”, declarou em sua publicação.
Império Serrano
O Império Serrano, se declarou totalmente contra as medias propostas por esse projeto de lei. Em suas redes sociais, a escola diz que o projeto é retrógrado e desrespeita os direitos das mulheres, já previstos em lei.
“O samba é um ato político e o Império Serrano se junta contra o PL 1904”, afirma por meio de publicação.
Paraíso do Tuiuti
A escola Paraíso o Tuiuti, na última sexta (14), se posicionou contra o PL por meio da rede social X, o antigo Twitter. Em seu perfil, a escola declarou que esta é mais uma luta contra o retrocesso na legislação brasileira.
“Criança não é mãe! Estuprador não é pai!”, disse por meio do X, o antigo Twitter.
Foto de capa: Tânia Rego/Agência Brasil
Reportagem de Matheus Melo, com edição de texto de Gabriel Ribeiro
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