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“A Empregada” aposta na precisão e faz do suspense doméstico seu maior trunfo

A Empregada acompanha uma jovem que passa a trabalhar em uma casa perfeita apenas na aparência onde a tensão cresce em silêncio

Entre o suspense psicológico e o drama doméstico, “A Empregada” chega aos cinemas apostando menos na reinvenção e mais na precisão, com uma adaptação direta do best-seller de 2023 e uma atuação que concentra o olhar do espectador do começo ao fim.

Dirigido por Paul Feig, o filme acompanha Millie Callowey, vivida por Sydney Sweeney, uma jovem marcada por um passado obscuro que aceita trabalhar como empregada na casa da família Winchester na tentativa de recomeçar. O que parece uma oportunidade simples logo se transforma em um jogo de tensão constante, tudo por baixo da fachada impecável da residência.

Sydney Sweeney, protagonista do longa
(Foto: Divulgação/Lionsgate)

Amanda Seyfried surge como o grande eixo da narrativa ao interpretar Nina Winchester. A personagem, inicialmente apresentada como a esposa ideal, ganha camadas a medida que o filme avança. Ao seu redor, Andrew Winchester, interprteado por Brandon Sklenar, mantém a figura do marido cuidadoso e estável, ajudando a preservar a aparência de normalidade que vai se intensificando aos poucos.

A fidelidade ao livro é um dos pontos mais evidentes da adaptação. Diálogos, situações e ritmo seguem de perto o texto original e que funciona dentro da proposta. Feig consegue traduzir a atmosfera sufocante da obra para a tela, mantendo o interesse tanto de quem já conhece a história quanto de quem entra nela pela primeira vez.

Sydney Sweeney cumpre bem o papel de protagonista com sua Millie, mas enfrenta o desafio de dividir espaço com uma personagem mais explosiva como Nina de Seyfried, que surpreende ao mostrar uma profundidade e complexidade grandiosas, entregando a dualidade e o mistério que a personagem exige.

Paul Feig comanda o thriller com uma mão firme, orquestrando a tensão crescente até um clímax eletrizante. O desfecho, em particular, é feito com precisão, nos dando reviravoltas que, mesmo para quem já está familiarizado com o livro, pode se surpreender com o final.

“A Empregada” funciona como um suspense sólido, consciente de seus limites e sustentado pelas relações ambíguas de seus personagens. A estreia nos cinemas brasileiros acontece em 1º de janeiro.

Título: A Empregada

Direção: Paul Feig

Gênero: Suspense

Classificação indicativa: 16 anos

Foto de capa: Divulgação/Lionsgate

Crítica de Wilson Estevam com edição de texto de Gabriel Goulart

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