Com muitas mudanças, a CBF divulgou, na última quarta-feira (1), o novo calendário do futebol brasileiro para o período entre 2026 a 2029. O anúncio foi feito na sede da entidade, no Rio de Janeiro, com apresentação do presidente Samir Xaud e do diretor de competições Júlio Avelar.
A proposta, segundo a entidade, é equilibrar melhor a quantidade de jogos, valorizar os torneios nacionais e, ao mesmo tempo, manter espaço para as disputas dos estaduais e dos regionais. De acordo com o presidente Samir Xaud, as mudanças refletem a necessidade de modernizar o calendário, reduzir a sobrecarga e dar mais visibilidade a clubes de todas as regiões do país.

(Foto: Reprodução/CBF)
Estaduais diminuem e Brasileirão aumenta duração
A partir de 2026, os campeonatos estaduais serão disputados de 11 de janeiro a 8 de março, com o limite de 11 datas, ao invés das atuais 16, e cada federação terá liberdade para definir o formato de disputa dentro dessa limitação. A entidade também anunciou que o Brasileirão terá seu início no dia 28 de janeiro e se encerrará no dia 2 de dezembro. Com a mudança, a competição ocupará praticamente todo o ano, mas sem coincidir com as fases finais dos estaduais.
Mudanças na Copa do Brasil
A Copa do Brasil também terá mudanças. Em 2026, o torneio passará de 92 para 126 clubes e chegará a 128 participantes em 2027. Serão 102 vagas diretas de campeonatos estaduais, antes eram 80. Todos os clubes da série A estão garantidos na quinta fase da competição, a última antes das oitavas, para aliviar o calendário. Os campeões da Copa do Nordeste, Copa Verde, Série C e Série D ficam com as outras quatro vagas, entrando direto na terceira fase do torneio.
Com isso, o formato da competição mudará: a primeira, segunda, terceira e quarta fase ocorrerão em jogo único. Depois disso, a quinta fase, as oitavas, as quartas e as semifinais serão em jogos de ida e volta. Por fim, a final do torneio passará a ser decidida em partida única. A competição ainda encerrará o calendário do futebol brasileiro, com data marcada para 6 de dezembro.
Competições regionais
Uma das novidades da CBF é ampliar o calendário para clubes da base da pirâmide nacional. A entidade, portanto, vai reformular a Copa Verde com um novo formato de disputa e criará torneios regionais para todas as federações do país.
A Copa do Nordeste, Copa Verde e Copa Sul-Sudeste serão disputadas em 10 datas, entre março e junho. Os clubes que disputarem competições internacionais não participarão desses torneios. Enquanto isso, as equipes do Espírito Santo jogarão a Copa Centro-Oeste.
- Copa Sul-Sudeste: 12 clubes e duas vagas para cada estado (PR, RS, SC, RJ, SP e MG).
- Copa do Nordeste: 20 times, ou seja, um aumento em relação a 2025 onde haviam 16 equipes.
- Copa Verde: 24 clubes serão divididos entre Copa Norte e Copa Centro-Oeste. Depois disso, os vencedores de cada torneio se enfrentarão para decidir o campeão da Copa Verde.
Objetivos e impactos
Com o aumento expressivo de participantes na série D passando de 64 para 96 clubes já no primeiro ano do novo formato, a CBF estima um aumento de 26% no número de clubes disputando divisão nacional em 2026. A série C também sofrerá ajustes para ampliar representatividade nacional. Com o aumento da Copa do Brasil e a criação de mais competições regionais, 82 vagas serão acrescidas em competições organizadas pela CBF na próxima temporada.
Para os clubes da Série A, estima-se que tenham entre 7% e 12% menos jogos por temporada, com a redução dos estaduais e a entrada tardia na Copa do Brasil.
“Os clubes menores terão mais oportunidades de competir em nível nacional, enquanto os grandes poderão administrar melhor seus elencos. É um passo importante para o fortalecimento do futebol brasileiro como um todo”, explicou Júlio Avellar, diretor de competições da CBF.

(Foto: Reprodução/CBF)
Com as mudanças, a CBF prevê que investirá R$ 1,3 bilhão em competições a partir do ano que vem. O número de jogos organizados pela entidade aumentará 11%. O novo desenho também atende a uma demanda de patrocinadores e da televisão, ao alongar a temporada do Brasileirão e transformar a final da Copa do Brasil em um grande evento único.
Desafios pela frente
Apesar das alterações, a transição não será simples. Federações estaduais terão que adaptar regulamentos para caber nas novas 11 datas, o que pode gerar disputas políticas e resistência de clubes que dependem financeiramente dos estaduais.
A sobreposição parcial entre o início do Brasileirão e os torneios regionais também levanta dúvidas sobre logística. Ainda assim, a CBF acredita que o calendário mais enxuto trará benefícios a médio prazo. Segundo Samir Xaud, o modelo respeita tradições ao mesmo tempo que inova.
“Estamos oferecendo previsibilidade até 2029, com um modelo que respeita a tradição dos estaduais e, ao mesmo tempo, moderniza o futebol brasileiro”, reforçou o presidente da CBF.
Foto de capa: Reprodução/CBF
Reportagem de Alan Matos Melo, com edição de texto de Gustavo Pinheiro
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