Internacional

Mais de 150 países reconhecem o Estado Palestino na ONU, mas veto dos EUA trava adesão plena

Brasil, Reino Unido e França, já reconhecem a Palestina como Estado

A discussão sobre o reconhecimento do Estado da Palestina ganhou novos capítulos na última semana, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Potências como Reino Unido, França, Portugal, Bélgica e Canadá se juntaram à lista de mais de 150 países que já reconhecem formalmente a Palestina como Estado. O movimento amplia o isolamento diplomático de Israel, mas, por ora, permanece sem impacto prático imediato devido ao veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança, que bloqueia a adesão plena da Palestina às Nações Unidas.

Atualmente, 151 dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem a independência palestina. Além das recentes adesões de países europeus e da Oceania, nações como Brasil, Rússia, China, Índia, quase toda a América Latina, a maior parte da África e o mundo árabe já manifestaram apoio. No entanto, Israel, os EUA, Japão, Itália e Nova Zelândia permanecem contrários à medida.

Durante a Assembleia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a criticar duramente o reconhecimento. Vaiado no plenário, ele chegou a comparar a criação de um Estado palestino à entrega de um Estado à Al Qaeda após os atentados de 11 de setembro. Netanyahu classificou a decisão de outros governos como “antissemita” e disse acreditar que, no futuro, tais países sentirão “vergonha” da escolha.

Protesto contra Benjamin Netanyahu em Nova Iorque
(Foto: Reprodução/X)

Na contramão, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou que não há paz possível sem o reconhecimento do Estado da Palestina. Em participação por videoconferência, já que teve sua entrada nos EUA barrada, Abbas declarou que a justiça só será alcançada quando a Palestina tiver pleno reconhecimento e ressaltou que o Hamas não fará parte de um eventual governo em Gaza.

Especialistas apontam que, apesar da relevância diplomática, o reconhecimento tem caráter principalmente simbólico. A mudança real dependeria de uma alteração na postura dos Estados Unidos, cenário que poderia, a longo prazo, alterar as regras do jogo e obrigar Israel a negociar.

Enquanto isso, a ofensiva israelense em Gaza e as acusações de violações de direitos humanos pelo governo Netanyahu mantêm o tema no centro do debate mundial. Para muitos países, reconhecer a Palestina é, mais do que um ato diplomático, um gesto simbólico de apoio ao direito de autodeterminação de seu povo.

Foto: Reprodução/X

Reportagem de Pedro Freitas, com edição de texto de Gabriel Ribeiro

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