Na última sexta-feira (12), Vivian Jenna Wilson, de 21 anos, mulher trans e filha do bilionário Elon Musk, fez sua estreia como modelo na New York Fashion Week. Com o tema “MISS USA 1991: A Dream Sequence”, a modelo usou um vestido vermelho acompanhado de uma faixa com os dizeres “Miss South Carolina”, em referência ao estado norte-americano. O desfile da marca Alexis Bittar teve forte caráter político, denunciando as desigualdades e os cortes de direitos das pessoas transgênero em vários estados dos EUA.

Vivian se declarou transgênero aos 16 anos e, desde então, não mantém mais vínculo com seu pai, o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da rede social X. Em entrevista à revista Nylon, a modelo destacou a importância de se posicionar e de usar a moda como forma de expressão. “Os estados que representamos são aqueles onde os direitos trans estão sendo violados. A mensagem principal é que todos nós precisamos nos posicionar contra isso juntos. Moda e arte são uma ótima maneira de fazer isso”, afirmou Vivian.
Além de Vivian, outras modelos trans também participaram do desfile, como a atriz Tommy Dorfman, que usou um vestido marrom acompanhado de luvas e uma faixa com os dizeres “Miss West Virginia”, em referência à Virgínia Ocidental, outro estado dos EUA.


A atriz e modelo trans Hunter Schafer, conhecida por seu papel na série “Euphoria”, usou as redes sociais para denunciar que teve seu gênero alterado de “feminino” para “masculino” em seu passaporte, mesmo tendo solicitado o documento corretamente. O caso expõe os efeitos das ordens do presidente americano Donald Trump, que restringem o reconhecimento legal de pessoas transgênero no território dos Estados Unidos.

Durante seu mandato, o governo Trump adotou uma série de medidas que restringiram os direitos da população trans no país. Entre as ações mais chocantes estavam ordens executivas que definiam legalmente o sexo apenas como masculino ou feminino. Pessoas trans foram novamente banidas das Forças Armadas, e as escolas passaram a não permitir o uso de nomes sociais. Essas medidas representaram um retrocesso significativo em relação às políticas de inclusão e proteção estabelecidas em governos anteriores, gerando forte reação de organizações de direitos humanos.
Foto de capa: Reprodução/Instagram
Reportagem de Carlos Henrique Cordeiro, com edição de texto de Cássia Verly
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Ótima matéria!
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