Misturando crítica social e suspense por meio de uma narrativa distópica sobre limites físicos e mentais, “A Longa Marcha: Caminhe ou Morra” estreia nos cinemas de todo o Brasil na próxima quinta-feira (18). O longa-metragem tem a direção de Francis Lawrence, conhecido por seu trabalho na saga “Jogos Vorazes” e é a mais nova adaptação de uma obra literária de Stephen King.

(Foto: Divulgação / Paris Filmes)
Assim como o livro, o enredo se passa em um futuro representado numa forma de realidade distópica, onde um regime totalitário comanda uma versão alternativa dos Estados Unidos. Na trama, jovens participam de uma competição anual de resistência na qual eles devem manter um certo ritmo de caminhada sem parar com o objetivo de não levar um tiro. O último sobrevivente ganha a disputa e recebe uma premiação em valores altos tal qual numa espécie de reality show.
Nesse cenário assombroso, Ray Garrity (Cooper Hoffman) contraria os desejos da própria mãe, se inscreve na competição e é selecionado tal qual outras dezenas de rapazes como o otimista e extrovertido Peter McVries (David Jonsson), o atlético Billy Stebbins (Garrett Wareing), o inconstante Gary Barkovitch (Charlie Plummer), o inquieto Hank Olson (Ben Wang) e o religioso Arthur Baker (Tut Nyuot). Formando laços de amizade e até momentos de conflito, os competidores não enfrentam apenas o ambiente aterrorizante que os cerca, mas também fantasmas que os perseguem e põe em xeque qual é o propósito da vida deles.
O longa é um thriller distópico de alta tensão, que combina suspense psicológico, crítica social e uma violência perturbadora em uma narrativa que se foca justamente na sobrevivência simples. Por meio de figuras que são forçadas a percorrer distâncias intermináveis, além da exaustão física, ele apresenta com destaque o colapso emocional que surge por conta da pressão contínua.

(Foto: Divulgação / Paris Filmes)
Para além da maratona mortal, o filme também funciona como uma forma de metáfora sobre a sociedade e a vida, visto que cada passo simboliza decisões, arrependimentos e a disputa interna por sobrevivência em um sistema que não oferece opções. A produção ainda aborda em segundo plano a manipulação das massas, a dinâmica do poder e os limites que os seres humanos podem ultrapassar.
A aposta em jovens revelações no elenco se demonstra como uma escolha certa devido à intensidade das atuações, que são capazes de transmitir instabilidade e força na mesma medida. Esse contraste entre desespero e juventude reforça ainda mais o impacto da narrativa.
)
(Foto: Divulgação / Paris Filmes)
A escolha voltada ao figurino e a direção de fotografia se provam eficientes na abordagem dos momentos de tensão do longa. Com uma paleta de cores mais frias e neutras, ou seja, pouco vibrantes, esta adaptação acaba acertando em cheio tendo em vista o tom escolhido para abordagem desta adaptação de King.
O filme, com seus acertos e erros, consegue mostrar uma versão bem adaptada à história do livro. O enredo preserva a tensão constante e a essência sombria, ao mesmo passo em que acaba atualizando a obra com a finalidade de se comunicar com um público contemporâneo.
Confira abaixo o trailer de “A Longa Marcha: Caminhe ou Morra”, em cartaz a partir da próxima quinta-feira (18):
Título: A Longa Marcha: Caminhe ou Morra
Direção: Francis Lawrence
Gênero: Suspense / Terror / Distopia
Classificação: 18 anos
Foto de capa: Divulgação / Paris Filmes
Crítica de Gustavo Pinheiro
LEIA TAMBÉM: “O Agente Secreto” será o representante do Brasil no Oscar 2026
LEIA TAMBÉM: “Invocação do Mal 4” mostra que devemos aceitar nosso destino e enfrentar o que nos atormenta de forma falha

Pingback: Sucessos literários ganham vida nova nos streamings | Agência UVA
Pingback: “Apanhador de Almas” é cercado de estereótipos e falhas | Agência UVA
Pingback: “Perrengue Fashion” reúne moda e Amazônia repetindo a fórmula das comédias nacionais | Agência UVA