Internacional

Charlie Kirk: Conheça aliado de Trump morto em atentado

Influenciador foi baleado no pescoço durante evento ao ar livre em Universidade de Utah

Charles James Kirk, 31 anos, influenciador e ativista da extrema direita dos Estados Unidos e aliado do Presidente Donald Trump, foi morto em um evento na Universidade Utah Valley, nesta quarta-feira (10). Ele foi atingido por um tiro na região do pescoço, enquanto participava de um evento ao ar livre.

Nas redes sociais, a deputada republicana Marjorie Taylor Greene compartilhou um vídeo do momento em que Kirk foi atingido, cerca de 20 minutos após o início do evento. Nas imagens é possível vê-lo sentado num palco enquanto discursa para uma grande multidão ao ar livre, quando um estalo alto é ouvido e Kirk é atingido na altura do pescoço, tombando em sua cadeira. Ao perceber o ocorrido, a multidão presente começa a correr.

Cerca de duas horas após o atentado, a morte de Charlie Kirk foi confirmada através de redes sociais pelo presidente dos Estados Unidos, que cancelou compromissos e ordenou que as bandeiras de todo país permanecessem a meio mastro até às 18 horas de domingo.

Quem foi Charlie Kirk?

Nascido em 1993 em um bairro rico de Chicago, Kirk começou a se interessar pelo conservadorismo durante o ensino médio. Aos 18 anos, ao ser recusado pela Academia Militar de West Point, ele escolheu não ir para a universidade e fundar a Turning Point USA (TPUSA), principal organização conservadora juvenil dos Estados Unidos.

Defensor de valores cristãos, como o mesmo se apresentava, Kirk se alinhava ao movimento Make America Great Again (MAGA) – Faça a América Grande Novamente, em tradução livre.

Após apoiar a candidatura de Donald Trump à presidência em 2016, Kirk passou a integrar o círculo da família, atuando como assessor pessoal de Donald Trump Jr., filho do atual presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump Jr. e Charlie Kirk, na Groelândia, em janeiro de 2025.
(Reprodução/Instagram)

Em 2020, Kirk fez o discurso inaugural da convenção nacional do partido Republicano, sendo a pessoa mais nova a cumprir este papel. Ele também promoveu a teoria de uma possível fraude nas eleições presidenciais americanas que deram vitória a Joe Biden.

No ano seguinte, em 6 de janeiro, ele ajudou a enviar ônibus com manifestantes a Washington, sendo um dos entusiastas das manifestações que resultaram na invasão ao Capitólio, porém não esteve entre os investigados.

Já em 2023, segundo a revista Newsweek, Kirk afirmou que valia a pena “arcar com o custo” de “algumas mortes” para manter o direito ao porte de armas de fogo nos EUA.

“Vale a pena arcar com o custo de, infelizmente, algumas mortes por armas de fogo todos os anos para que possamos ter a Segunda Emenda para proteger nossos outros direitos concedidos por Deus. Esse é um acordo prudente”, disse ele durante uma aparição no campus da Igreja Awaken em Salt Lake City, em 5 de abril de 2023, apenas uma semana após um tiroteiro em uma escola que deixou seis mortos, incluindo três crianças.

Durante os mandatos de Donald Trump, as duas entidades sem fins lucrativos de Kirk, a TPUSA e a organização de ação política Turning Point Action, cresceram de uma receita total de U$4,3 milhões em 2016 para U$92,4 milhões em 2023, grande maioria proveniente de doações, segundo a imprensa americana. Através de seu podcast, suas palestras e livros, Kirk se tornou milionário.

Donald Trump e Charlie Kirk juntos em evento.
(Foto: Reprodução/Instagram)

Dali em diante, Trump passou a enxergar Kirk como um de seus aliados mais próximos e fiéis. Em fevereiro de 2019, Kirk visitou Mar-a-Lago, residência principal do presidente desde 2019, e foi fotografado sorrindo ao lado dele. Em 2025, na festa do clube de golfe do presidente eleito, Trump destacou Kirk ao elogiá-lo. “Charlie Kirk, o que ele fez com os jovens […] Na verdade, além dos hispânicos, essa foi provavelmente nossa maior mudança. Então, Charlie, agradeço o que você fez”, disse em discurso.

Charlie Kirk e sua ligação com Bolsonaro 

Em 2023, Jair Bolsonaro esteve presente em evento da TPUSA. Através da rede social X, Kirk escreveu: “O Brasil tornou-se um campo de batalha fundamental no confronto global entre o poder do povo e a tirania de uma máquina globalista corrupta. O TPUSA está honrado em receber Bolsonaro”

Detenção do suspeito

Tyler Robinson, um jovem americano de 22 anos, foi detido na quinta-feira (11/09), cerca de 33 horas após a morte de Charlie Kirk, ao se entregar para a polícia. Sua prisão ocorreu na cidade de St. George, no condado de Washington, em Utah.

Tyler Robinson, 22 anos, é o principal suspeito do caso.
(Foto: Departamento de Segurança Pública de Utah)

Informações apuradas pela imprensa americana afirmam que Tyler não tinha afiliação política, sequer votou nas duas últimas eleições americanas. Apesar disso, sua família afirma que Tyler se tornou uma pessoa “mais política” nos últimos anos e havia comentado sobre a ida de Charlie Kirk a Utah pouco antes do crime.

A arma do crime foi encontrada abandonada em uma região de mata próximo ao prédio de onde Robinson efetuou o disparo. O estojo de bala encontrado junto a ela continha a frase: “Ei, facista, pegue isso!”, segundo o governador de Utah, Spencer Cox. Outras munições não disparadas continham as frases: “Se você está lendo isso, você é gay” e “Bella Ciao”, frase da música “O bella ciao” de Giorgio Gaber, conhecida como um hino da resistência italiana contra o facismo.

Na última terça-feira (16), sete acusações foram apresentadas contra Robinson:

  • homicídio qualificado;
  • disparo criminoso de arma de fogo;
  • obstrução de justiça (por ocultação de arma de fogo);
  • obstrução de justiça (por descarte de roupas);
  • manipulação de testemunha (por instruir sua colega de quarto a apagar mensagens de texto);
  • manipulação de testemunha (por ordenar sua colega de quarto que ficasse em silêncio);
  • crime violento cometido na presença de uma criança.

Foto de capa: Reprodução/X

Reportagem de Nathália Messias, com edição de texto de Gabriel Ribeiro

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