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Romance sombrio ganha força em “Drácula: Uma História de Amor Eterno”

Romance gótico de Luc Besson é a mais nova adaptação da história clássica de Bram Stoker

“Drácula: Uma História de Amor Eterno” estreia nos cinemas de todo o Brasil na quinta-feira (7 de agosto). Estrelado por Caleb Landry Jones, Zoë Bleu, Christoph Waltz e Matilda De Angelis, o longa-metragem tem a direção de Luc Besson e é mais nova adaptação da obra clássica publicada por Bram Stoker em 1897.

Diferente das versões tradicionais pelas quais focam no suspense e no terror, o novo filme mergulha na dimensão emocional da lenda de Drácula. Com um ar de grandiosidade teatral e atmosfera carregada, esta produção traz uma visão melancólica e profunda do ser imortal que se alimenta de sangue, explorando sua dor, desejo e solidão com intensidade. Assim, retrata o amor eterno como uma maldição devastadora.

Caleb Landry Jones teve a missão de interpretar o vampiro mais famoso do mundo.
(Foto: Divulgação / Paris Filmes)

A película escrita e dirigida por Luc Besson respeita a base da trama original de Bram Stoker, porém oferece uma adaptação voltada à tragédia romântica, que gira em torno da ideia de reencontro de almas e na tensão entre redenção e possessão eterna.

Drácula (Caleb Landry Jones) se torna mais humano e sombrio na performance do ator. Ele interpreta o vampiro como alguém que sofre muito e tem um charme quieto. Com um olhar forte e movimentos calmos, o artista faz com que o personagem seja alguém dividido entre a tristeza de sua vida eterna e o perigo que ele traz. Já, Elisabeta e Mina (Zoë Bleu) representam a repetição do desejo e da culpa. Isso reforça a ideia de sentimentos que duram muito tempo na história.

O Padre (Christoph Waltz), por sua vez, enfrenta os desejos de Drácula. Ele representa o limite moral e espiritual da trama servindo como contraposição à obsessão crescente do protagonista. Maria (Matilda De Angelis) com cuidado e força traz um toque humano ao enredo. A personagem, inclusive, é a voz da razão em meio ao encanto sobrenatural.

Duas vezes vencedor do Oscar, Christoph Waltz interpreta o padre que confronta os impulsos sombrios de Drácula.
(Foto: Divulgação / Paris Filmes)

Com uma construção de narrativa envolvente, o longa segue um ritmo cadenciado. No entanto, comete deslizes em momentos cruciais nos quais certos pontos são acelerados e, sem dúvidas, impactam na percepção do espectador. Alguns trechos específicos intencionalmente flertam com outros gêneros do cinema como comédia, ação ou musical, porém não se revelam como boas escolhas uma vez que não combinam com o estilo romântico e sombrio que predomina em toda a obra.

A escolha de figurino e a direção de fotografia se provam eficientes na abordagem das épocas retratadas pelo filme. Com uma paleta de cores mais frias e neutras, ou seja, pouco vibrantes, esta adaptação acerta em cheio tendo em vista o tom escolhido por esta releitura.

A caracterização foi amplamente explorada ao longo do filme.
(Foto: Divulgação / Paris Filmes)

O filme, com seus acertos e erros, consegue mostrar uma versão mais romântica de Drácula. Ele mantém a força e a profundidade que fazem parte desse personagem. Ao invés do terror puro, a trama aposta na melancolia, no desejo e na dor como partes principais da imortalidade, criando, assim, um ambiente que toca as emoções do público.

Mesmo quando escorrega em excessos ou em passagens que quebram o ritmo, a obra continua fazendo sentido ao apresentar o amor eterno não como algo que salva, mas como uma condição que pode trazer problemas. Ele é fiel à sua própria visão da história.

Confira abaixo o trailer de “Drácula: Uma História de Amor Eterno”, em cartaz a partir de 7 de agosto:

Título: Drácula: Uma História de Amor Eterno

Direção: Luc Besson

Gênero: Terror / Romance gótico / Drama

Classificação: 14 anos

Foto de capa: Divulgação / Paris Filmes

Crítica de Gustavo Pinheiro

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2 comentários em “Romance sombrio ganha força em “Drácula: Uma História de Amor Eterno”

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