“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” acerta ao valorizar laços familiares

A mais nova aposta da Marvel Studios, “Quarteto Fantástico: Primeiro Passos”, estreia nesta quinta-feira (24) nos cinemas de todo o Brasil. Estrelado por Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach e Joseph Quinn, o longa tem a direção de Matt Shakman e inaugura a sexta fase do Universo Cinematográfico Marvel (UCM).

A produção aterrissa nas telonas como a versão mais verdadeira e encantadora do que pode ser reconhecida como a primeira super-família da Marvel que o espectador já assistiu. Sob a direção de Matt Shakman, conhecido por sua passagem em WandaVision, o filme acerta ao escapar das armadilhas das histórias de origem, trazendo o grupo já como heróis consolidados, quatro anos depois do evento que virou o mundo deles de ponta-cabeça. Num mundo paralelo repleto de charme retrô-futuro, o longa-metragem mescla risadas, cores vibrantes, emoções e aventuras, investindo numa linguagem que conversa com a alma das histórias em quadrinhos clássicas desenhadas por Jack Kirby.

A nova produção buscou resgatar o valor da família heroica.
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)

A ideia de mostrar a turma em um cenário pelo qual máquinas futuristas dançam de mãos dadas com a estética dos anos 1960 é um dos pontos altos da obra. Reed Richards (Pedro Pascal) é o renomado cientista que se destaca nas telas com seu programa repleto de curiosidades. Sue Storm (Vanessa Kirby) se destaca como a responsável pelas interações da Fundação Futuro. Johnny Storm (Joseph Quinn) é o favorito da mídia, enquanto Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach), conhecido como o Coisa, se empenha em uma busca genuína para restabelecer conexões com suas origens.

Cada indivíduo possui um espaço sob as luzes, porém, é Sue quem finalmente recebe os aplausos que realmente lhe pertencem. Poderosa, doce, astuta e fundamental na trama, a personagem deixa de ser mero interesse romântico como nas antigas produções e assume protagonismo emocional e heroico. Por outro lado, Reed é, provavelmente, o integrante que tem seu crescimento mais segurado. Ainda angustiado pela culpa decorrente do acidente cósmico, ele se apresenta mais como um explorador da ciência do que como um super-herói, demonstrando que administrar seus dons é um autêntico desafio de xadrez emocional. Juntos, essa dupla representa de maneira exata os conflitos da humanidade que se ocultam por trás de personagens extraordinários.

A película, inclusive, não economiza nos efeitos especiais ao apresentar a dupla Galactus (Ralph Ineson) e a Surfista Prateada (Julia Garner). Galactus se apresenta como um gigantesco ser atormentado por uma fome insaciável, enquanto a Surfista brilha com sua própria narrativa em meio a sequências de ação que se assemelham a espetáculos de pirotecnia, repletos de originalidade. Seu percurso se assemelha a um cenário imerso em culpa, escolhas e redenção, o que a torna uma das figuras mais cativantes da narrativa. Johnny, a seu modo, tenta roubar a cena com seu carisma e senso de humor uma vez que sua admiração pela entidade extraterrestre proporciona uma interação cômica carregada de possibilidades.

A Surfista Prateada é uma das personagens que roubam a cena na trama.
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)

Shakman acerta em cheio ao transportar os poderes dos super-heróis para a rotina, como no momento em que Johnny serve como uma lanterna ambulante quando acaba a energia ou na dificuldade encontrada por Reed ao tentar montar um berço. Esses instantes despretensiosos, mas cheios de efeito, possibilitam com que a audiência se sinta mais próxima das figuras que ganham vida na história. A equipe de direção não teme explorar o lado divertido e extravagante das histórias em quadrinhos, o que confere ao longa uma personalidade única no UCM.

Embora tenha um ritmo acelerado e certos exageros nas doses de humor, a nova produção se destaca como uma das gratas revelações recentes da Marvel. Com uma paleta de cores vibrantes, uma narrativa despretensiosa, porém que opera com precisão como uma máquina bem ajustada, e personagens que se destacam por sua essência autêntica, o filme é uma celebração autêntica do legado deixado por Jack Kirby. No gran finale, uma frase do ilustrador encerra com toda a paixão uma vivência que beira os momentos mais gloriosos das histórias em quadrinhos. Um longa-metragem que não só arranca risadas, mas também celebra suas origens com alma e carisma.

Confira abaixo o trailer de “Quarteto Fantástico: Primeiro Passos”, em cartaz a partir de 24 de julho: