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Rio 2C 2025: Leão Lobo, Gominho e Foquinha falam sobre as diferenças entre a fofoca e a notícia 

Questões como ética, jornalismo de celebridades e fake news também foram debatidas

O palco Story Village do Rio2C recebeu, na tarde de ontem (31), três nomes da comunicação brasileira para falar sobre o fenômeno da fofoca na mesa ‘Fofoca ou notícia’. Uma plateia lotada recebeu Foquinha, jornalista com ampla experiência no universo das celebridades e da cultura pop; Leão Lobo, apresentador da RedeTV; e Gominho, influenciador e apresentador. A mesa foi mediada pela também influenciadora Beta Boechat. A principal discussão foi entender o que é a fofoca, se ela é notícia, como se espalha e é criada dentro do contexto digital.

A apresentadora Beta Boechat, Leão Lobo, Foquinha e Gominho. Foto: Karla Maia/ Agência UVA.

Como na mesa havia pessoas que viveram o jornalismo de celebridades em épocas diferentes, diversas perspectivas foram apresentadas de acordo com a experiência de cada um. Segundo Leão Lobo, a fofoca é notícia, sendo aquela especializada em famosos. Nesse ínterim, foram abordadas questões sobre ética e qual é o limite do conhecimento que o público pode ter a respeito da vida de alguém.

Gominho, que também é influenciador e já apresentou programas de fofoca, analisou os motivos de porque essa prática é tão disseminada e até profissionalizada no Brasil, devido à construção da sociedade brasileira ao longo dos anos. Saber e viver a vida do outro é uma forma de distração diante dos inúmeros problemas que a população brasileira enfrenta:

“O lance da fofoca é um vicio, porque a gente não foi educado a olhar pra si” ,analisou Gominho.

Foi pontuada a importância da especialização em jornalismo ou do estudo das práticas, para que haja noções éticas que, muitas vezes, influenciadores que abordam o tema na internet e até jornalistas de fofoca não possuem, devido à vontade de ser o primeiro a noticiar algum fato:

“Muitos dos processos que eu sofri foi porque eu não quis abrir minhas fontes. A fonte no jornalismo é a nossa base, se você não respeita sua fonte, você deixa de ser jornalista. O perigo da rapidez é não ter esse cuidado e apuração”, disse Lobo.

A importancia da apuração jornalística foi um dos temas abordados na mesa. Foto: Karla Maia/ Agência UVA.

Foquinha trabalhou na revista Capricho e atualmente tem um canal no YouTube que fala sobre famosos, explicou sobre seu trabalho e também da importância de ter profissionais fazendo esse tipo de conteúdo:

“Nosso diferencial é ser jornalista, saber trabalhar com ética e responsabilidade. Escolher a notícia que você vai dar e o que você vai falar”, explicou.

A jornalista explicou que seus são conteúdos mais longos e densos, deu o exemplo de um vídeo em que ela abordou sobre o caso do rapper americano P.Diddy, detalhando tudo que aconteceu com fontes e embasamento. Seu objetivo é que o público entenda o contexto daquela história, com apuração jornalística, se diferenciando da rapidez que se vê nas redes sociais em páginas especializadas em fofoca.

O painel também abordou temáticas como o uso de Inteligência Artificial no jornalismo, a vida de influenciadores e subcelebridades, e a evolução tecnológica que a prática sofreu nos últimos anos, indo do impresso ao digital, acompanhada por fenômenos como o clickbait e as fake news. Além de refletir sobre o futuro da profissão. Foquinha, por exemplo, diz ter esperança no jornalismo e acredita que a era dos conteúdos rápidos pode estar chegando ao fim, já que as pessoas estão cansadas da velocidade excessiva, dando espaço a conteúdos mais profundos.

Foto de capa: Karla Maia/ Agência UVA.

Reportagem de Karla Maia

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