O “Bora pra Escola” é um programa de busca ativa escolar, criado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) e instituído pelo Decreto Rio N° 50.862 de 26 de maio de 2022. Ele tem como objetivo garantir o acesso, a permanência e aprendizagem dos estudantes da rede municipal de ensino, combatendo a infrequência, o abandono e a evasão escolar.
Desde o início, já foram reinseridos mais de 24 mil alunos de diferentes faixas etárias: da pré-escola até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Como resultado, o Rio de Janeiro registrou, em 2023, a menor taxa de abandono escolar da história: 0,3%, segundo a SME. Este valor representa uma queda significativa em relação a anos anteriores.

(Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio)
A professora e coordenadora de Apoio à Gestão Escolar, Alessandra Santos, contou como funciona o programa e que ele é composto por 10 Secretarias: Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura, Esporte e Lazer, Pessoa com Deficiência, Juventude Carioca, Políticas e Promoção da Mulher, Ação Comunitária e Instituto Pereira Passos.
“O Comitê Gestor do Nível Central da Prefeitura se reúne mensalmente com representantes das 10 Secretarias para entender os desafios, possibilidades e quais ações podem ser desenvolvidas. Em cada Coordenadoria Regional de Educação, há um Comitê Local do programa, responsável por identificar os alunos que estão faltando, para depois, educadores entrarem em contato com as famílias”, explica a coordenadora.
Além do apoio desses profissionais, o “Bora pra Escola” também conta com diversas parcerias. Segundo ela, alguns exemplos são universidades, gerentes executivos, comércio local, lideranças comunitárias, clubes de futebol, Conselho Escola-Comunidade (CEC) e o Instituto Pereira Passos, que desenvolve o programa Territórios Sociais, que bate de porta em porta, identificando quem está fora da escola.
Apesar dos avanços, também existem desafios. Um dos principais, de acordo com Alessandra, é integrar o trabalho entre as diferentes Secretarias envolvidas.
“Trabalhar de maneira articulada, principalmente com 10 Secretarias, não é fácil. Isso demanda muito esforço, desde encontrar uma agenda possível para todos até definir fluxos integrados, estabelecer instrumentos de comunicação e monitorar os resultados”, afirma a coordenadora.
Nas escolas, os resultados do “Bora pra Escola” são perceptíveis. A diretora Amanda Nogueira, da Escola Municipal Isabel Mendes, contou como tem funcionado o programa na instituição.
“Os agentes de frequência atuam tanto no diurno quanto no noturno e, semanalmente, fazem a contagem, junto com os professores, dos alunos com faltas sem justificativa para entrar em contato com os responsáveis. Isso tem gerado uma resposta positiva”, diz Amanda.
Já a diretora Maiza Oliveira, da Escola Municipal Sarmiento, percebeu mudanças no comportamento dos alunos com iniciativas que fazem parte da estratégia de busca ativa.
“Depois que fizemos o ‘Aluno Estrela’, uma ação em que só ganha estrela quem não tem faltas, os alunos começaram a querer ir mais. Ainda há casos de evasão, mas houve uma grande redução. A busca ativa, junto com o ‘Bora pra Escola’, deram muito certo onde atuo”, comenta a diretora.
Em relação ao futuro, a coordenadora Alessandra compartilhou as expectativas para os próximos passos do “Bora pra Escola”. A equipe espera que o programa se fortaleça, se amplie e consiga garantir, cada vez mais, o direito fundamental de todos à escola com ensino de qualidade, segurança e alimentação adequada. Ela concluiu dizendo que deseja que a educação continue transformando vidas e possibilitando a capacidade de sonhar.
Foto de capa: Divulgação/Prefeitura do Rio
Reportagem de Helena Valverde, com edição de texto de Gustavo Pinheiro
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