Internacional

Conclave: entenda como funciona a escolha do novo Papa

Processo de eleição do novo pontífice terá início no dia 7 de maio

Desde o anúncio do falecimento do Papa Francisco, no dia 21 de abril, a igreja católica já começou a se prepara para a escolha de um novo pontífice. O conclave é o tradicional processo para a eleição do novo Papa. A palavra vem do latim cum clave – fechado a chave – e refere-se à votação sigilosa realizada na Capela Sistina, no Vaticano. A escolha do novo Santo Padre está marcada para iniciar no próximo dia 7 de maio, quarta-feira.

Depois do velório e sepultamento do Papa Francisco, liturgia que se estendeu de quarta-feira (23) até sábado (26), o Vaticano permanece de luto durante nove dias, quando passa a convocar o Colégio Cardinalício, atualmente composto por 252 cardeais da igreja católica. Eles permanecem hospedados na Casa Santa Marta, antiga residência de Francisco.

Missa das Exéquias em intenção de sua santidade o Papa Francisco
(Foto: Reprodução/ Ricardo Stuckert/PR)

Antecedendo a votação, ocorrem múltiplas reuniões gerais onde todos os cardeais têm a oportunidade de discutir os problemas da igreja e do mundo atual. A partir deste momento, é iniciado o processo de escolha para o novo papa, que também assume o papel de bispo de Roma.

A votação a portas fechadas é precedida por uma celebração eucarística solene, com a missa Pro Eligendo Pontifice. À tarde, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, onde acontecem as votações e a queima das cédulas e anotações. Desse momento em diante passa a ser proibido o uso de aparelhos eletrônicos ou qualquer tipo de contato com o exterior.

Ao final da procissão, já dentro da capela, cada cardeal eleitor prestará um juramento. Participam deste conclave um número maior de eleitores, representando ao menos 70 países. São 133 cardeais com direito a voto, por terem menos de 80 anos de idade.

Cardeais brasileiros que estiveram no Vaticano para os ritos de despedida ao Papa. Da esquerda para a direita estão, respectivamente: Dom Paulo Cezar Costa, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom Odilo Scherer, Dom Jaime Spengler, Dom Raymundo Damasceno, Dom Sergio da Rocha e Dom Orani Tempesta (Foto: Reprodução/Arquidiocese de Brasília)

Na segunda-feira (21), durante entrevista coletiva em Brasília, o único cardeal brasileiro não votante, dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), de 87 anos, lembrou que 80% dos cardeais do colégio eleitoral foram criados pelo Papa Francisco, que, ao longo do seu pontificado, voltou-se muito para as periferias do mundo.

Dois cardeais eleitores, Antonio Cañizares Llovera e Vinko Puljic, foram removidos da lista de votantes por motivos de saúde, a notícia foi divulgada pelo Vaticano nesta terça-feira (29). Naturalmente, o novo papa é escolhido dentre os presentes, mas isso não impede que alguém de fora seja eleito.

Os conclaves que escolheram os antecessores de Francisco duraram de dois a quatro dias. E o mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger o Beato Gregório X como papa, em 1271.

Se a votação começar na tarde do primeiro dia, haverá um único turno. Nos dias seguintes, duas votações serão realizadas pela manhã e duas à tarde. Cada cardeal deve escrever o nome de seu escolhido em um papel retangular e o depositar em uma urna.

Após a contagem dos votos, todas as cédulas utilizadas devem ser queimadas. Dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.

Se ninguém ganhar a maioria qualificada de no mínimo dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado.

Caso o cardeal escolhido aceite o papel, as cédulas devem ser queimadas com um aditivo branco, mostrando ao mundo que o Santo Padre foi definido. Na sequência, há o anúncio “habemus papam” – temos papa – na Basílica de São Pedro. Por fim, o novo papa aparece para dar sua primeira bênção.

Foto de capa: Reprodução/Vatican Media

Reportagem de Nathália Messias, com edição de texto de Gabriel Ribeiro

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