Eduardo Paes é reeleito no 1º turno, com 60% dos votos válidos

Com 100% das urnas apuradas, Eduardo Paes (PSD) é reeleito no primeiro turno das eleições municipais de 2024, tendo 60,47% dos votos válidos. Alexandre Ramagem (PL) ficou em segundo lugar com 30,81%, Tarcísio Motta conseguiu 4,20% e Marcelo Queiroz obteve 2,44% dos votos. Essa é a primeira vez que um prefeito do Rio consegue ser eleito para um quarto mandato desde a redemocratização. 

• Eduardo Paes (PSD) – 60,47%
• Alexandre Ramagem (PL) – 30,81%
• Tarcísio Motta (PSOL) – 4,20%
• Marcelo Queiroz (PP) – 2,44%
• Rodrigo Amorim (UNIÃO) – 1,11% (Anulado Sub Judice)
• Carol Sponza – 0,66%
• Juliete Pantoja – 0,22% 
• Cyro Garcia – 0,08%
• Henrique Simonard – 0,02%

Nesta eleição o candidato se uniu a outros 11 partidos e formou a coligação “É o Rio seguindo em frente”, contando com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mesmo tentando iniciar seu quarto mandato, Paes sempre apareceu em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenções de voto. Escolheu um vice do próprio partido, Eduardo Cavaliere (PSD),  que é ex-secretário da Casa Civil e do Meio Ambiente da prefeitura. 

Em 2020, quando Eduardo Paes concorreu ao seu terceiro mandato, ele venceu Marcelo Crivella (REPUBLICANOS) no segundo turno. Na época, Paes recebeu 64,07% dos votos válidos contra  35,93% dos votos que Crivella recebeu. 

Quem é Eduardo Paes?

Eduardo da Costa Paes, nasceu em novembro de 1969 no Rio de Janeiro. Casado com Cristine Paes a mais de 20 anos, tem dois filhos e sempre se posicionou como um apaixonado pela cidade do Rio. Vascaíno e portelense de coração, o candidato chegou a ser chamado de “malandro” pelos opositores durante a campanha de 2024. 

Formou-se bacharel em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) em 1993 e se especializou em Políticas Públicas e Governo na UFRJ. No início da década de 90 participou da “Juventude César Maia”, quando se aproximou do, na época, prefeito do Rio de Janeiro.

César Maia foi seu primeiro padrinho político e o nomeou como subprefeito da Zona Oeste do Rio, pouco tempo depois que Paes terminou a faculdade. Por ter sido bem avaliado no cargo, em 1996 ele foi eleito o vereador mais bem votado da cidade. Sua carreira na política escalou rápido e dois anos depois, o carioca se tornou deputado federal e ocupou o cargo até 2006. 

Paes já passou por muitos partidos. A primeira mudança aconteceu durante seu mandato como deputado federal, quando ele saiu do Partido da Frente Liberal (PFL) e ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A mudança foi motivada por desentendimentos que o deputado teve com a família Maia. Ele chegou a voltar para o partido quando assumiu o cargo de secretário do Meio Ambiente, mas rompeu definitivamente com o aliado quando se reelegeu ao legislativo federal, para ingressar no PSDB. 

Em 2006 tentou ser governador do Rio de Janeiro, mas não passou do primeiro turno da disputa. Declarou apoio a Sérgio Cabral, que venceu a eleição e nomeou Eduardo como secretário de Turismo, Esporte e Lazer. Na época trocou de partido novamente e deixou o PSDB para ingressar no MDB, partido de Cabral. No partido venceu as duas primeiras eleições que disputou para a prefeitura da cidade, em 2008 e 2012. 

Sérgio Cabral e Eduardo Paes não pertencem mais ao mesmo grupo político. O ex-governador chegou a dizer que Paes sabia do esquema de compra de votos que garantiu que os jogos olímpicos ocorressem na cidade do Rio de Janeiro em 2016, em uma tentativa de delação premiada. 

Não foi a primeira vez que Paes se envolveu em sérias acusações. Ele já foi denunciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Em 2024 o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu todas as investigações que estavam abertas. O Ministro Gilmar Mendes entendeu que a defesa do prefeito não tinha acesso adequado ao conteúdo da acusação. Na ação que julgava corrupção passiva e caixa dois na eleição municipal, o Colegiado determinou que os autos fossem levados para a Justiça Eleitoral. 

O prefeito voltou a concorrer ao governo do estado em 2018, conseguiu chegar ao segundo turno, mas perdeu. No ano de 2020, depois do governo de Marcelo Crivella (REPUBLICANOS) ser mal avaliado, Paes voltou à prefeitura do Rio, pelo DEM. Em 2021 ele migrou para o PSD, por onde concorreu à reeleição e conseguiu vencer no primeiro turno. 

Foto de Capa: Reprodução/Instagram

Reportagem de Gabriel Ribeiro

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