Sem Marta, a seleção brasileira de futebol feminino enfrentou a França, país sede, em confronto válido pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 no sábado (3). Em busca da classificação para as semifinais, o Brasil fez seu melhor jogo no torneio, venceu por 1 a 0 e avançou com momentos de sufoco.
Tenso antes mesmo do início, Brasil e França protagonizaram dois confrontos decisivos e truncados nas últimas edições de Copa do Mundo, caso semelhante ao deste sábado. A partida iniciou com a seleção nacional marcando em cima e fazendo faltas, focando o ataque com oportunidades pelo lado direito do campo, com Gabi Portilho e Gabi Nunes, que encontravam espaço para o avanço, mas não para finalizar da melhor maneira.
Aos 11 minutos de jogo, surgiu o primeiro lance de perigo. Rafaelle se antecipou e falhou na marcação da atacante Katoto, deixando Cascarino sozinha em direção à área. Atrasada, Tarciane chegou para cortar o ataque francês, mas executou um pênalti bem marcado pela arbitragem. Após quatro minutos de revisão do VAR por um possível impedimento, Karchaoui bateu rápido e Lorena pulou bem para defender e manter o 0 a 0 no placar. A goleira brasileira se queixou de dores no ombro, como em outros momentos da partida, mas se manteve em campo.
(Foto: Reprodução/X)
O pênalti desperdiçado e a arbitragem questionável em alguns instantes fizeram o jogo esquentar. Renard trombava por vários momentos com Tarciane em duelo de zagueiras e, ao lado do campo, os treinadores discutiam, resultando em cartão amarelo para o francês Hervé Hernade. Com a bola rolando, o Brasil voltava a ter mais controle da posse, mas falhava em encontrar oportunidades. Diferentemente da França, que aos 39 minutos, teve em um escanteio, a chance mais perigosa do primeiro tempo, quando Selma Bacha cruzou e Mbock cabeceou no travessão, após má saída de Lorena. As europeias ainda chegaram a ter mais uma oportunidade na primeira etapa em outra finalização mal executada por Karchaoui.
De volta para o segundo tempo, a seleção brasileira levou perigo ao time francês no primeiro minuto. Adriana, em jogada pelo lado direito, cruzou bem na área e na continuação do lance, Jheniffer, sozinha, cabeceou para fora. Logo depois, a França decidiu devolver e subiu as linhas de marcação, respondendo com um ataque veloz de Katoto, desarmada por Rafaelle, que saiu lesionada. A rápida atacante teve outra oportunidade, de cabeça, minutos depois, porém a bola foi para fora.
Preocupado e tenso com o jogo, Artur Elias começou a mudar o time e trouxe Kerolin a campo. Ativa, a jogadora que estava lesionada até o início dos Jogos roubou uma bola no campo de ataque e criou boa oportunidade para Gabi Nunes, que desperdiçou. Sentindo a pressão brasileira, as jogadoras francesas começaram a errar passes simples, o que deu condição para Gabi Portilho, atleta do Corinthians, partir em velocidade e abrir o placar, para a felicidade da torcida brasileira. A meia direita da seleção teve outra chance semelhante para ampliar, mas a bola bateu na trave.
(Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Com o 1 a 0 no placar, a seleção brasileira começou a segurar a bola e viu a placa de acréscimos subir com um “16”, causando desespero na torcida. O tempo adicional incentivou as francesas a irem ao ataque e obrigou Lorena a trabalhar com finalizações tanto de longe quanto de dentro da pequena área. Ainda deu tempo de Yasmim partir ao ataque sozinha, e em um contra-ataque, tentar mandar a bola por cima da goleira Picaud, sem sucesso. A goleira brasileira, por sua vez, além de ter defendido um pênalti e se queixado de dor, também teve uma ótima atuação e segurou o placar nos acréscimos, levando o Brasil para as semifinais da competição.
De olho em medalha, a seleção comandada por Artur Elias volta a campo na terça-feira (6), às 16 horas, quando enfrentará a Espanha, atual campeã mundial e que avançou, nos pênaltis, contra a Colômbia. Do outro lado da chave, no confronto de duas seleções que já levaram o ouro olímpico, a Alemanha encara os Estados Unidos no mesmo dia, às 13h, sendo uma dessas equipes a adversária do Brasil numa futura final ou disputa pelo bronze.
Foto de capa: Rafael Ribeiro/CBF
Reportagem de Rafael Lisboa, com edição de texto de Gustavo Pinheiro
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Agência UVA 
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