O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi reeleito no último domingo (17) para continuar à frente do país. Este será o quinto mandato do chefe de Estado que estendeu suas funções por mais seis anos, até 2030. A votação foi marcada por novidades, como o voto online e por uma série de protesto contra a reeleição de Putin. Mais de 70 pessoas foram detidas.
A votação teve duração de três dias entre 15 e 17 de março. Após o encerramento, a apuração das urnas foi iniciada e determinou a vitória de Putin por 87,28% dos votos. Com cerca de 75% de participação popular no pleito, esta é a taxa de adesão mais elevada desde 1991, quando houve a queda da União Soviética e a vitória de Boris Yeltsin como presidente.

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Os candidatos adversários do presidente nem sequer superaram a marca de 5% dos votos. Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista, obteve 4,31%. Enquanto Vladislav Davankov, do Novo Povo, ficou com 3,85% dos votos. Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrata, por sua vez, conseguiu apenas 3,20%. Os três possuem em comum o fato de terem votado de maneira consistente com o Kremlin, inclusive sobre a Guerra da Ucrânia.
Segundo a comissão eleitoral russa, mais de oito milhões de pessoas votaram de forma online, sendo este o primeiro ano em que essa opção de voto está disponível na Rússia.
Protestos também marcaram as eleições russas
O dia também marcou uma série de protestos contra o governo e mais de 70 pessoas foram detidas. Os aliados de Alexei Navalny fomentaram a ação “Meio-dia contra Putin” pela qual convidava os cidadãos ao redor do mundo a irem às sessões de votação exatamente às 12 horas com o objetivo de expressar posição coletiva contrária à atual situação política.
O processo eleitoral russo foi marcado pela morte de Navalny, aproximadamente um mês antes da realização do pleito. Firme opositor do presidente russo, ele estava preso e teve sua morte comunicada no dia 16 de fevereiro pelo serviço penitenciário do distrito russo de Yamalo-Nenets, localizado na Sibéria. A família do ativista político não obteve acesso ao corpo por pelo menos sete dias, chegando a acusar o governo de esconder vestígios de um suposto assassinato, o que foi negado pelo Kremlin. Somente em 23 de fevereiro, a mãe de Navalny teria conseguido acesso ao corpo e informou que o certificado de óbito indicava morte por causas naturais.
Num país pelo qual a oposição foi duramente reprimida e se tornou praticamente irrelevante ao longo dos anos, o presidente russo se mantém no poder desde 31 de dezembro de 1999. Entre 2008 e 2012, atuou como primeiro-ministro no decorrer do governo de Dmitri Medvedev. Essa estratégia foi adotada pelo político e ex-agente da KGB com a finalidade de permanecer no poder, visto que naquele momento a legislação russa proibia um terceiro mandato presidencial consecutivo.
Aos 71 anos, Putin tem novo mandato com término em 2030. O chefe de Estado ainda possui o direito de concorrer à reeleição para um sexto mandato com duração até 2036 depois de uma reforma constitucional que foi processada em 2020.
Foto de capa: Reprodução/Marcos Corrêa
Reportagem de Gustavo Pinheiro, com edição de texto de Gabriel Ribeiro
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