Internacional Política

Gangues libertam detentos de duas prisões no Haiti, deixando o país em estado de alerta

Estima-se que cerca de 3.600 prisioneiros fugiram, após ataques por bandos armados no domingo (3)

Um ataque coordenado atingiu duas prisões no Haiti, uma na capital, Porto Príncipe, e outra em Croix des Bouquets, resultando na fuga de aproximadamente 3.600 detentos no domingo (3). A ação começou após o líder de gangue Jimmy Chérizier, convocar a investida, que tinha como objetivo derrubar o primeiro-ministro Ariel Henry. Entre os fugitivos, encontravam-se desde criminosos comuns até líderes de gangues que exercem domínio sobre o país. Cerca de 10 pessoas morreram.

Os recentes ataques começaram na última quinta-feira (29), quando o chanceler Ariel Henry viajou para Nairobi, capital do Quênia, para articular a presença de uma força de segurança multinacional no país. O Haiti tem enfrentado uma escalada nos problemas com quadrilhas desde 2021, quando o ex-presidente Jovenel Moise, foi morto a tiros em sua própria residência por uma gangue.

Desde o assassinato de Moise, as gangues têm aumentado seu controle sobre as áreas urbanas. Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que cerca de 80% de Porto Príncipe agora está sob o domínio desses grupos. Durante a fuga, pelo menos 10 pessoas foram mortas, e cerca de 15 mil famílias se encontram desabrigadas devido a atos de vandalismo.

Acampamento de desabrigados montado ano passado (2023). Foto: Agência Brasil/ divulgação

Cherizier, um líder influente de uma das gangues, conhecido como “barbecue”, declarou que os ataques visavam pressionar o primeiro-ministro Ariel Henry, responsável pelo governo desde o assassinato do ex-presidente, a renunciar. “Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminhamos para uma guerra civil que levará ao genocídio”, Declarou Cherizier durante uma entrevista à imprensa haitiana.

O governo haitiano decretou no domingo (3) estado de emergência por 72 horas, implementou toques de recolher e escoltou o primeiro-ministro para a capital em meio ao caos. Em resposta à crise, a ONU emitiu uma nota na terça-feira (5), destacando a necessidade urgente de ações para garantir a segurança da população haitiana e evitar um agravamento da situação.

O alto nível de tensão no país não é uma novidade. Desde 2021, as guerras de gangues mataram milhares de pessoas. No ano passado (2023), a República Dominicana fechou sua fronteira com o Haiti, já em decorrência dos grandes níveis de violência na região.

Posição do Governo Brasileiro

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota à imprensa na segunda-feira (4), expressando preocupação com a situação política e social no Haiti. A nota também informou que a embaixada brasileira em Porto Príncipe não havia registrado, até o momento, brasileiros afetados pela violência no país.

Foto de capa: Governo do Haiti/ Divulgação

Reportagem de Gyovanna Cabral com edição de texto de Gabriel Ribeiro

LEIA TAMBÉM:  Javier Milei vence eleição presidencial na Argentina

LEIA TAMBÉM: Parlamento argentino aprova ‘megaprojeto’ do Presidente Javier Milei

Avatar de Desconhecido

Sobre Hunter

Eu me escolhi chamar Hunter e usar a arte como refúgio. Escrevo ficções especulativas; em 2021, publiquei Colmeia e A outra, porém após problemas com a editoração retirei A outra de publicação. Em 2022 publiquei Rompendo Akai Itos, um livro de poesias que fala sobre rompermos laços tóxicos. E hoje em dia, sou formada em gastronomia, estudo jornalismo com uma bolsa na UVA e sou repórter na Agência UVA, onde tenho minha própria coluna de crônicas e cuido das matérias culturais e internacionais. E no meu Instagram @hunterlivros, monto um acervo de fotos estilo 2000 junto de meus textos chamado "Caixinha de papel debaixo da cama".

0 comentário em “Gangues libertam detentos de duas prisões no Haiti, deixando o país em estado de alerta

Deixe um comentário