TCCs sobre Leishmaniose e abandono de animais são aprovados com nota máxima

O semestre de 2023.2 terminou com um momento muito esperado para os formandos: a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso (TCC). Nesse momento, os alunos encerram mais um ciclo de sua jornada na Universidade Veiga de Almeida (UVA). Na 18a Jornada Científica do curso de Jornalismo, dentre temas tão importantes na sociedade atual, a temática animal alcançou duas notas máximas, com uma reportagem multimídia e um podcast.

Dentre as etapas para elaborar o TCC, a identificação com o tema e a resiliência são os destaques das alunas Larissa Bianco e Hellen Caroline Siaro. As formandas contam que durante a jornada acadêmica ambas tiveram experiências únicas que as inspiraram para realizar o trabalho e participar da sua banca de defesa.

Larissa Bianco produziu uma reportagem multimídia “À sombra da epidemia: o enigma do calazar canino no município do Rio de Janeiro”, e conta que a ideia surgiu a partir de uma grande perda na sua vida e, assim, notou a urgência em abordar o tema.

“Em janeiro de 2023, perdi minha cachorrinha para a Leishmaniose. Era uma doença que, na época, eu só conhecia de nome, e ter perdido ela tão jovem para algo que eu sentia que nem os próprios veterinários tinham confiança de como lidar, criou uma indignação em mim”, conta Larissa.

O Calazar canino, nome popular para a Leishmaniose Visceral Canina, é uma grave doença silenciosa que em alguns casos pode resultar em óbito. Apesar das dificuldades para encontrar fontes a partir de pesquisas online, Larissa se dedicou às leituras na disciplina de TCC 1, entrevistou especialistas e tutores, e com a orientação da professora Maristela Fittipaldi, no TCC 2, desenvolveu a reportagem multimídia.

“Eu tinha muito medo de começar a escrever me sentindo despreparada e passar uma informação errada. É algo muito perigoso para nós como jornalistas, mais ainda se tratando de uma pauta de ciência e saúde”, diz a jornalista.

E mesmo com o desafio de escrever sobre um tema tão técnico, Larissa foi aprovada com a nota máxima e completa com gratidão:

“Sempre tive muita confiança no meu trabalho, em parte graças ao grande apoio das minhas orientadoras (prof. Dani Oliveira, no TCC 1, e prof. Maristela Fittipaldi, no TCC 2), mas ouvir o dez das professoras que moldaram minha jornada acadêmica até aqui (e nisso incluo a prof. Mônica Nunes, que integrou minha banca), é indescritível”, revela.

Também aprovada com nota máxima, Hellen Caroline produziu o podcast “Patas na Calçada”, que aborda sobre a problemática de animais em situação de abandono. A jornalista, sempre foi apaixonada por animais e desde que ingressou no curso de Jornalismo já sabia que queria desenvolver o tema em seu TCC. 

“Sempre fui muito sensível a essa causa. Sou voluntária de uma ONG que resgata animais abandonados, doentes; (…) já tinha escolhido o nome “Patas na Calçada” desde o primeiro período, mas confesso que o que me fez ter certeza dessa escolha foi a minha cachorrinha Yumi. Hoje ela tem quatro anos, mas adotei com 1 mês de vida”, explica Carol.

Além disso, completa: “Para todos que me conhecem, meu amor pelos animais é uma parte essencial de quem sou.”

No âmbito pessoal Carol diz que medos e incertezas também estiveram durante o processo, mas a boa aceitação da banca recompensou esses sentimentos. Orientada pelo professor Eduardo Bianchi, ouviu os elogios com muita emoção, tanto pela construção da temática quanto pelo resultado final. 

“Estava extremamente nervosa e segurando o choro na banca do TCC. Quando a banca começou a elogiar eu não sabia como reagir, eu só conseguia chorar e agradecer. (…) Realmente ainda não consigo descrever em palavras o que senti. Os quatro anos da faculdade ficavam passando como um flashback na minha cabeça, e saber que consegui unir as minhas duas paixões, animais e jornalismo, e receber nota 10 por isso foi incrível”, diz

Nessa edição da 18a Jornada Científica, muitos projetos foram apresentados e conquistaram a nota máxima, o que é motivo de alegria e realização não só para os formandos. A professora Maristela Fittipaldi orientou alguns desses projetos e expressa sua gratidão pelos resultados:

“Orientar um TCC que tira dez é, claro, motivo de orgulho, principalmente porque sabemos a importância deste momento na vida dos alunos. Fazer parte deste momento é sempre uma honra, um privilégio.” conclui.

Foto de capa: Reprodução/Pexels

Reportagem por Letícia Machado com edição de Daniela Oliveira

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