Oficialmente, para os tricolores do mundo inteiro, é o fim de 2008. Há umas semanas eu escrevi uma crônica falando sobre como o dia 02 de julho de 2008 ainda vivia em mim, e finalmente posso me olhar no espelho e dizer que: Não! 2008 não é mais um fantasma. O ano de 2008 é só um passado como qualquer outro ano da minha vida.
Agora, vamos falar do que realmente importa? 2023. Esse é o ano. E sabe o que mais importa? Germán Cano e o seu vício em fazer gols. John Kennedy, o milagre do elenco tricolor. Nino, que de quinta opção em 2019 quando chegou, à capitão e comandante da equipe na busca da Glória Eterna. Nossa… São muitas coisas que importam, mas a principal delas com toda certeza é Fernando Diniz.
E aqui destaco um parágrafo à parte para este, merecidamente reconhecido, gênio. O que é Fernando Diniz? Para o cego, a luz. Para o enfermo, a cura. Para o tricolor, a esperança. Diniz deu ao Fluminense o título que nenhum outro treinador conseguiu. Diniz está no seu sexto ano comandando um time de série A, e isso é pouco tempo para o esporte tão disputado chamado futebol. Fernando Diniz não é o futuro do futebol brasileiro. Fernando Diniz é o presente.
O Fluminense finalmente conseguiu a tão sonhada Taça Libertadores da América, com um elenco que foi montado com apenas 30 milhões de reais. À exemplo de comparação, o arquirrival Flamengo gastou 100 milhões reais somente no ano de 2023. Quando se tem dinheiro, a chance de conquistar títulos é maior, mas e quando não tem? O Tricolor das Laranjeiras tem a resposta: trabalho. Muito trabalho. Trabalho pra caralho! Como Felipe Melo cansa de dizer: “Nenhum clube no mundo trabalha mais que o Fluminense. Pode trabalhar igual, mas mais não tem.”
Cara, foram anos difíceis. Vencemos dois brasileiros de 2008 até aqui, mas a maioria dos anos foi brigando para não cair para a segunda divisão. Quando osso eu roí indo ao estádio, os famosos “15 mil de sempre” presentes num estádio com capacidade para 80 mil pessoas, sócio torcedor um fracasso absoluto com 18 mil associados. Definitivamente a melhor felicidade é a que urge proveniente do alívio. Meu Deus!
Naquele sábado, eu só queria minha cama para deitar e chorar sozinho, por finalmente assumir para mim mesmo que aquela agonia não precisava mais existir. Nada daquela tristeza habitaria mais em mim por toda eternidade. Gente, vocês têm alguma noção do que é viver 15 anos em um sofrimento que tu não faz a menor ideia de quando vai ter fim? Nunca mais eu vou precisar ouvir de um rival a frase que mais doía em mim: “Cevallos defendeu e a LDU é campeã da América.”
E bem, estou escrevendo essa crônica 13 dias depois da conquista da América e até agora não parece verdade, não parece real. Essa conquista era daqueles sonhos que você vê tão distante, tão difícil, que quando o realiza, o êxtase é tanto que não te devolve para a realidade.
Somos campeões da América, e acima de qualquer felicidade que temos desde àquele dia, a sensação de alívio que habita no meu peito é impagável. São 13 dias sem saber que rumo tomar agora. Vivemos tanto esperando por ESSE momento, que agora o que fazer da vida? Comemorar? Rever o jogo?
A vida continua, mas sabe essa capa da crônica que você viu antes de abrir para leitura? É essa imagem que eu vejo todas as vezes que ligo o computador. E essa foto me dá esperanças de coisas maiores e dias melhores.
Realizei um sonho do melhor jeito possível: Vivendo cada detalhe.
Obrigado, Fluminense. Você me deu a maior alegria da minha vida.
Foto de Capa: Divulgação/Fluminense F.C.
Crônica por Mateus Matias, com edição de texto de João Agner
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