“O Porteiro” traz protagonismo para profissões desvalorizadas

Um assalto no prédio onde o porteiro Waldisney (Alexandre Lino) trabalha é a trama central do longa “O Porteiro”. É nesse assalto esse onde o personagem precisará provar que ele não é ladrão, só é um pouco atrapalhado. O filme também conta com Cacau Protásio, Daniela Fontam, Aline Campos, Heitor Martinez e grande elenco.

Na quinta- feira (24), foi realizada uma coletiva de imprensa online, onde o diretor (Paulo Fontenelle) e alguns atores contaram um pouco sobre o processo de adaptação do texto teatral para o cinematográfico, processos de gravação e o que podemos esperar do filme.

Paulo Fontenelle (diretor) e elenco conversaram com jornalistas online. (Foto: Divulgação)

O processo

Um dos primeiros tópicos falados na coletiva foi o processo da adaptação do texto teatral para o cinematográfico, e o diretor contou que o personagem Waldisney é inspirado em diversos porteiros, o que deixa o personagem mais real.

“Achávamos que faltava um protagonismo, e queríamos muito trazer essas pessoas (porteiros) para esse posto, porque até na arte eles são muito vistos como figurantes, coadjuvantes e buscávamos uma vertente de humor para a peça. Entramos em contato com vários porteiros e pegamos histórias de vários, partindo dos que conhecíamos e depois outras histórias foram surgindo. Então reuni essas histórias e escrevi o texto da peça, que é um grande sucesso já estamos no sexto ano em cartaz, só paramos por conta da pandemia, e de um produto de sucesso é natural que a gente faça essa transição para o cinema”, disse Paulo, diretor do filme.

Paulo conta que o maior desafio da adaptação é a estrutura da peça, que é um monólogo com o Waldisney sozinho no palco, e os personagens que participam da história são o público. Personagens como Dona Alzira, Dona Adelaide e os demais são interpretados pelo próprio público, então trazer uma peça completamente interativa para o cinema foi um desafio. “Foi um processo de entender o que funcionava na peça, e criar biografias dos personagens que já eram vividos pelo público. Criamos personagens novos e pensamos em uma estrutura que funcionasse no cinema”, completou Paulo.

Set de filmagem

A atriz mirim Alana Cabral, que está fazendo seu primeiro trabalho cinematográfico, disse que se sente honrada em trabalhar ao lado desse elenco e enfatizou o quanto eles viraram uma grande família durante o processo de filmagens. A atriz Aline Riscado também compartilha das mesmas experiências.

“O roteiro foi muito bem escrito. Ele construiu personagens que não tinham como não dar certo. É claro que nós também colocamos o nosso tempero, mas fomos muito bem dirigidos e foi um set muito gostoso, nos divertimos muito. Então passamos isso naturalmente para a tela do cinema, quando o clima é agradável e a dedicação existe não tem como dar errado”, contou Aline.

O futuro do personagem

Na coletiva também foi falado sobre a distribuição do filme nas salas de cinema no Brasil, e o diretor do filme enfatizou que a ajuda da mídia na divulgação de filmes brasileiros é extremamente importante para levar as pessoas de volta para as salas de cinema principalmente na primeira semana.

A atriz Daniela Fontam também comentou que o cinema é uma arte que absorvemos com o corpo inteiro, e que a experiência de assistir um filme no cinema é coletiva, e tudo que vivemos é com o corpo inteiro e com os sentidos em ebulição.

Nordeste nas telas

“O nordeste é um celeiro de grandes humoristas e essa característica de que somos um povo alegre e divertido, faz parte das massas de preconceito que criaram sobre nós, só que esse é o único talvez que eu considere muito positivo e real, não neg. Somos um povo alegre por natureza, uma característica de todos os povos brasileiros. Mesmo com todas as desigualdades do país, nós nutrimos um bom humor, então me sinto privilegiado se eu posso colaborar com essa ideia de que os nordestinos são sim um povo alegre e bem humorado”, contou o ator Alexandre Lino.

O filme já está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil e promete muitas risadas e um sentimento de identificação com o público.