‘As Três Vidas de Frieda Wolff’ narra a história da pesquisadora que escapou do Holocausto

Fora do circuito popular, o novo filme do diretor Pedro Gorski estreou na última quinta-feira (17), em cinemas selecionados em São Paulo (Itaú Frei Caneca) e no Rio de Janeiro (Itaú Botafogo). O documentário é sobre a vida e o trabalho de Frieda Wolff, uma pesquisadora judia que escapou da Alemanha nazista e imigrou para o Brasil em 1934. Junto com o seu marido, Egon, a historiadora fez uma extensa pesquisa sobre a comunidade judia no Brasil, que resultou na publicação de mais de 40 livros.

A narrativa, dividida em três atos, ilustra como era viver em uma Alemanha devastada pela guerra. O jovem casal se muda para Paris com a finalidade de fugir da ameaça nazista. No entanto, na Universidade Sorbonne, local onde eles frequentavam, as discussões calorosas dos estudantes se transformavam em reações violentas. O comportamento briguento de Egon não apaziguava a situação e, por isso, os dois judeus decidiram “pôr uma mochila nas costas e ir para o Brasil”.

“Eu não sabia que era judia” – Frieda relata que, durante sua infância, ela se via como as outras meninas e não se percebia diferente até Hitler subir ao poder.

O Brasil, na época, era visto pelos imigrantes europeus como um grande potencial de crescimento. Entretanto, durante a Era Vargas, o antissemitismo fechou as portas do país para os refugiados judeus. Frieda e Egon conseguiram imigrar legalmente, porém suas famílias acabaram em campos de concentração. O casal sentia que quanto maior era a intolerância religiosa, mais a história da comunidade judia era apagada, e pensando nisso, eles decidiram resgatar a memória de seu povo.

“Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la” – Frase do filósofo Edmund Burke.

O documentário é de fácil compreensão até mesmo para os leigos. Contudo, deveriam haver legendas em partes que são contadas em inglês e alemão. Apesar desse fator, o filme consegue transmitir a sua mensagem: forças totalitárias ainda estão presentes em nossa sociedade, seja na exclusão, no preconceito ou na intolerância. Logo, é nosso dever, como cidadãos, cortar as raízes de vieses políticos que agem de acordo com esses valores.

Confira o trailer de “As Três Vidas de Frieda Wolff”: