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“Oppenheimer” reconta uma assustadora história real

O longa escrito e dirigido por Christopher Nolan chega esse fim de semana nos cinemas

A cinebiografia “Oppenheimer”, escrita e dirigida por Christopher Nolan, chega aos cinemas de todo Brasil nesta quinta-feira (20), contando a história do físico americano e “pai da bomba atômica”, J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy). Com longas três horas de duração, é um filme denso e difícil de entender, mas tecnicamente muito bem feito.

O drama é mais centralizado em mostrar quem foi o físico por trás da bomba atômica que matou mais de 100 mil japoneses em agosto de 1945. O longa pode ser dividido em três partes: na primeira, acompanhamos o personagem central na universidade explorando a física quântica; o segundo momento, como se deu o “Projeto Manhattan”, que desenvolveu a bomba atômica; e o terceiro, o pós guerra e os conflitos internos do físico.

A primeira parte é a mais cansativa da narrativa. Acompanhamos um pouco da vida particular do físico, conhecemos mais da sua relação com os demais personagens, seu envolvimento com mulheres casadas, seus posicionamentos e relacionamentos políticos e outros cientistas que convivem com ele na academia. Ainda sim, o roteiro fica confuso para entender, especialmente porque ele não é linear, dando a sensação de que você precisa conhecer um pouco sobre a história antes de assistir. 

Cillian Murphy caracterizado como o físico e “pai da bomba atômica” (Foto: Divulgação/Universal Pitures)

Quando Oppenheimer recebe o convite de Leslie Groves (Matt Damon), coronel das Forças Armadas americanas, para reunir um grupo de cientistas para um projeto secreto, o filme começa a ficar mais interessante e tenso. A narrativa desperta uma expectativa quanto aos testes e como isso vai ser apresentado no filme. 

O “Projeto Manhattan” levou cerca de três anos para chegar ao resultado da primeira bomba atômica. Um das grandes motivações do físico, que era judeu, para desenvolver uma arma tão letal era colocar fim na Segunda Guerra Mundial e fazer os inimigos se renderem. Após os ataques em Hiroshima e Nagasaki, começou a se culpar por ter criado uma arma tão letal e despertado os outros países para pesquisas de armas cada vez mais letais.

Em um primeiro momento vemos ele comemorando o ‘sucesso‘ do seu trabalho e como contribui para o fim da guerra. Mas na parte final podemos ver esse conflito do personagem, que acabou se sentindo usado. Também vemos a conclusão de dois julgamentos que vinham cortando a trama e, enfim, podemos compreender algumas intenções de alguns personagens.

Após os ataques ocorrerem o acontecimento é celebrado por J. Robert Oppenheimer e todos de Los Alamos, cidade onde desenvolvido e testado a bomba atômica. (Foto: Divulgação / Universal Pictures)

Cillian Murphy consegue entregar uma atuação brilhante, mostrando diversas camadas de Robert Oppenheimer, desde a sua genialidade até o seus pontos mais vulneráveis. Acompanhado de um elenco de estrelas como Robert Downey Jr, que é outro destaque no filme, Matt Damon, Emily Blunt e Florence Pugh. Os últimos com aparições mais singelas (as mulheres poderiam ter sido melhor aproveitadas da história se tratando, respectivamente, da esposa e amante do físico). 

Apesar de demorar para engrenar, o filme se apresenta forte para temporada de premiações, especialmente tecnicamente. O grande destaque do filme é o som, que consegue envolver os espectadores, especialmente em momentos de silêncio – muito bem utilizados. A obra foi gravada em IMAX e propõe justamente essa experiência cinematográfica, o que faz, realmente, toda diferença para a melhor percepção do público.

Confira o trailer de “Oppenheimer”, que chega nesta quinta (20) nos cinemas:

Título: “Oppenheimer”
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Gênero: Guerra, Drama, Ficção Histórica
Classificação indicativa: 18 anos

Foto de capa: Divulgação / Universal Pictures

Crítica de Nathalia Bittencourt, com edição de texto de Daniela Oliveira

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Atriz e estudante de jornalismo. Apaixonada por filmes e séries. Cria uns conteúdos legais sobre cultura pop nas redes sociais, @nattencourt

3 comentários em ““Oppenheimer” reconta uma assustadora história real

  1. Avatar de Renilda Monteiro
    Renilda Monteiro

    Impressionante e impactante a história !
    E saber que tal invenção acabou com a vida de milhares de pessoas e que foi uma realidade sangrenta, me leva a refletir nas consequências emocionais e psíquicas no seu inventor.
    Pelas críticas da Nathália é um filme denso , principalmente por conhecermos as consequências da sua criação .
    Vou assistir, com certeza!

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