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Novos autores brasileiros chegam ao mercado

A flexibilização do mercado editorial e as novas mídias vêm abrindo espaço para novos autores.

Mesmo em tempos de crise, o mercado editorial brasileiro apresentou crescimento. Houve um aumento de 12,3% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Painel de Venda de Livros, realizado pelo Nielsen e pelo Sindicato Nacional dos Escritores de Livros. Parte disso se deve às datas comemorativas, como o Dia Internacional da Mulher, quando os preços caíram 3,6%.

A maior vendagem e faturamento traz como consequência a abertura para novos autores apresentarem seus trabalhos e publicarem suas obras. Este é o caso de Ana Ferrarezzi, criadora da saga “Esmeralda”, que vem se destacando no mercado por contar uma história urbana e contemporânea, utilizando como pano de fundo o folclore brasileiro.

“A nossa mitologia é tão rica, que, na verdade, eu me surpreendo ao fato de as pessoas não fazerem mais literatura sobre isso”, afirma a autora.

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Ana Ferrarezzi [foto: Daniel Deroza/Agência UVA].

Ela destaca que esta não é uma fórmula nova, original, uma vez que já vem sendo utilizada há muito tempo por autores estrangeiros: 

“Se você observar uma história de vampiro, por exemplo, pega-se uma lenda e se cria algo novo em cima daquilo. Por que a gente não faz o mesmo aqui no Brasil? O folclore brasileiro é cheio de histórias fantásticas, então, por que não?”.

Outro nome que também vem chamando atenção é o de Marianna Lopes. Presença garantida na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a jovem de 24 anos é formada em Literatura e estuda Publicidade na Universidade Veiga de Almeida.

“Sou de uma família de professores, então, leitura sempre foi uma das coisas que me incentivaram a fazer. Participei de muitos concursos de redação”, diz.

Marianna conta ainda que a literatura nacional sempre fez parte de sua bagagem cultural:

“Boa parte dos autores e livros que influenciaram a minha escrita são brasileiros. Clarice Lispector, Machado de Assis e Aluísio de Azevedo são as influências mais fortes”.

No cenário estrangeiro, Marianna destaca Anne Rice, autora de “Entrevista com um Vampiro”, que despertou nela o interesse por este universo fantasioso, o que levou a outra paixão da jovem: o cinema. 

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Novo livro de Marianna Lopes [foto: Reprodução da Internet]. 

Ela afirma que Sétima Arte também influi fortemente em seu trabalho.

“Houve uma época em que eu escrevia roteiros e minha mãe me sugeriu escrever um livro. Hoje sou grata a ela por isso. Já tenho 13 livros publicados”, afirma a autora.

Das produções cinematográficas que gosta, Marianna destaca o clássico dos anos 90, “Um Drink no Inferno”, que foi o primeiro filme de vampiro que ela assistiu, seguido da adaptação do romance de Rice.

Sobre a maior facilidade do público brasileiro aceitar uma obra estrangeira, Marianna destaca a formação cultural tardia do Brasil como um fator a ser levado em consideração na falta de procura pelo “produto da casa”:

“A gente tem muita cultura exterior, principalmente americana, e faltam incentivos culturais ao nacional também. Mas, quando há uma aproximação com o público por meio de histórias mais reais, personagens ‘gente como a gente’, as pessoas têm buscado mais autores daqui. Isso também acontece quando vêem que um escritor brasileiro é fã de tal autor estrangeiro. Mas, por incrível que pareça, ultimamente, as pessoas estão mais abertas ao nacional, às descobertas, e isso é muito bom”.

A respeito da continuidade de seu trabalho, Marianna afirma que já tem planos para livros futuros.

“Ano que vem pretendo lançar os dois primeiros volumes da trilogia ‘Fio Dental, Cigarros e Tragos’, que está na fila de espera há alguns anos e já tem uma galera me cobrando. O livro que estou lançando na Bienal, ‘Êxtase’, é a porta de entrada para convidar as pessoas à trilogia”, conta a escritora.


Daniel Deroza – 6º período.

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