Que o tabaco é o produto mais consumido no mundo e o maior responsável pelas doenças evitáveis que mais matam a população mundial, já é de conhecimento público.
Porém, o que é feito para tentar reduzir essa mortalidade, quais as ações que são elaboradas, como elas são pensadas e em que são baseadas são questões que muitas vezes não são analisadas. É de fundamental importância entender esses aspectos e refletir sobre o assunto. Como o tabaco ganhou toda essa fama e como começou a desconstrução da imagem dele como “bom moço” também são elementos fundamentais para o entendimento da situação que vivemos atualmente no que diz respeito a luta contra o tabagismo.
Grande parte da culpa do aumento do consumo e da prática de fumar é do cinema e da televisão. Outro fator que influencia as atitudes, principalmente dos jovens, são as companhias. Este último fator os afeta pois são uma camada da sociedade que busca status e aceitação em determinadas “tribos”, para tal acabam experimentando o cigarro e conseqüentemente se “viciando” nele. Maria Aparecida Cordeiro, 19 anos, é uma adolescente que poderia servir de exemplo para muitos desses jovens que se deixam influenciar pelas más companhias. “Nunca me ofereceram um cigarro e mesmo que oferecessem eu não aceitaria. Não fumar é uma opção minha e meus amigos me respeitam”.
Com o advento da televisão, principalmente com o surgimento do cinema, o tabaco se tornou comum aos olhos da população. Era normal nos filmes o ato de fumar ganhar adjetivos como status, beleza, jovialidade, sucesso e conquista. Através desses artifícios é que a indústria do tabaco começou a se instalar e a se fortalecer, criando até mesmo mitos, como o famoso Marlboro. Não é de se estranhar, que muitos jovens em processo de formação de caráter, acabassem “caindo” na tentação do tabaco. Da mesma forma que a televisão ajudou a propagar o consumo do cigarro, será visto que ela também foi de fundamental importância para a disseminação das informações que levariam a sociedade e as instituições de saúde pública a lutarem contra o tabagismo.
Os filmes de Hollywood foram grandes propulsores do tabaco entre as mulheres, utilizando a sensualidade como arma, e os jovens. Lendas como a de que o cigarro era dietético, chique e tornava as pessoas independentes e especiais eram artifícios muito usados para atrair principalmente o público feminino. Entre os homens, a virilidade, o poder e o charme eram as características mais comuns dos fumantes. Haviam filmes, posturas e adjetivos para todos os gostos e tipos de fumantes (públicos). O cigarro tornou-se elemento constante e presente em todas as atividades diárias.
A simbologia por trás de cada tragada torna o ato de fumar envolvente e único em qualquer atividade do fumante onde o cigarro esteja presente. Tira-lo do dia-a-dia dessas pessoas, torna tudo mais sem graça. Percebe-se que a simbologia do tabaco e do ato de fumar, torna o hábito ainda mais viciante do que a nicotina. A síndrome do poder, status e “perda da ansiedade”, são sensações que atraem e aproximam cada vez mais os fumantes do vício. Desvincular essa imagem de bom moço que foi transmitida durante anos pelas propagandas tabagistas é um dos principais objetivos das campanhas contra o tabagismo que são elaboradas atualmente.
Ana Quintela . 6º período . Jornalismo Digital
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