Comportamento

Diversão fora de hora

Imagine só: sexta-feira à noite, você trabalhou durante toda a semana, está com uma forte dor de cabeça e muita vontade de chegar logo em casa. Ao sentar no banco do ônibus, fica fácil pegar no sono, certo? Errado. Em questão de segundos o silêncio é quebrado por alguém que entra no veículo com seu aparelho celular tocando no mais alto volume a última novidade do funk carioca. E a música se repete durante toda a viagem.

É cada vez mais comum a presença dos “Djs” em transportes públicos. E como a tecnologia dos aparelhos celulares evolui cada vez mais, as pessoas sentem necessidade de mostrar seus brinquedinhos por aí. “Acho um desrespeito com os outros passageiros essa atitude. Existe o fone de ouvido justamente para que o som não se espalhe. Atrapalha a viagem de quem está cansado”, reclama o estudante de Administração da faculdade Estácio de Sá, André Brito, que diariamente convive com a moda dentro do metrô.

Não são apenas os passageiros que não gostam da nova mania. Jorge da Matta é motorista de ônibus em São João de Meriti e afirma que as músicas atrapalham seu trabalho. “Preciso me concentrar no trânsito, para não cometer infrações, mas já se tornou uma coisa comum”. Jorge diz também que já pediu para que o aparelho fosse desligado, mas não foi atendido.

De acordo com lei decretada no estado do Rio de Janeiro, o uso de aparelhos sonoros é proibido dentro de transportes públicos, já que atrapalha e causa desconforto aos demais passageiros. No entanto, parece que isso não faz diferença para quem pratica o ato ilícito. Bruno Ferreira, de 19 anos, acredita que não incomoda aos os usuários quando liga as caixas de som de seu celular. “Claro que algumas pessoas olham de cara feia, mas têm outras que até dançam”, afirma o estudante do 3° ano do Ensino Médio.

Cristina Teles é uma dessas pessoas, que gosta de escutar música no trajeto do trabalho para casa. “Gosto de escutar música de todo tipo, pagode, funk, sertanejo, e dentro do trem é até bom, porque distrai e anima”, revela a balconista de loja de roupas, que viaja todos os dias da Tijuca até Duque de Caxias.

Diversão coletiva ou perturbação sonora, parece que a população terá que se acostumar a conviver com a moda. Cabe então ao dono do aparelho ter bom senso na hora em que decide escutar seu repertório junto a pessoas desconhecidas.

 Juliana Machado • 6 º Período • Jornalismo Digital

Avatar de Desconhecido

Agência UVA é a agência experimental integrada de notícias do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Sua redação funciona na Rua Ibituruna 108, bloco B, sala 401, no campus Tijuca da UVA. Sua missão é contribuir para a formação de jornalistas com postura crítica, senso ético e consciente de sua responsabilidade social na defesa da liberdade de expressão.

0 comentário em “Diversão fora de hora

Deixe um comentário