Foi-se o tempo em que as fotografias e retratos eram valorizados como deveriam. Com a nova era digital, profissionais perderam o espaço no mercado e foram obrigados a se render a tecnologia.
Julio dos Santos é um mestre da arte em extinção. O retratista trabalha na área há 44 anos e conta que era convidado para fotografar batizados, casamentos, aniversários e até velórios. Depois de fotografar as pessoas em filme preto e branco, mestre Julio ampliava as fotos, pintava as imagens manualmente. Por anos esse tipo de recordação foi muito comum em cidades nordestinas. As fotos ganhavam molduras ovaladas, vidros e um lugar de destaque na parede da sala.
Hoje, na era da tecnologia digital, a arte manual se tornou uma raridade. Julio continua seu trabalho fotográfico, mas dentro de padrões modernos. Sem o papel e o filme preto e branco, fotografa com equipamento digital e continua retocando as fotos, que perdem as características da fotografia analógica.
A era digital não atingiu, nesse aspecto, só quem era profissional da área, mas pessoas que viveram nessa época e não abrem mão de suas recordações que ficaram registradas até hoje. “Ainda guardo minhas fotos de quando eu era jovem, eram muito mais bonitas e verdadeiras”, comenta Dona Valéria, de 78 anos.
Márcia Nunes – 6º período – Jornalismo Digital
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