O aumento de pessoas idosas é um caso que impõe uma série de desafios. Um deles é melhorar a qualidade de vida durante a velhice. A longevidade do homem depende da sua atividade física e mental e isso inclui uma boa alimentação e a prática diária de exercícios. Essa rotina é capaz de prevenir doenças e retardar o que os médicos chamam de relógio biológico do envelhecimento.
“A partir da terceira década, para as mulheres, e da quarta, para os homens, começa o processo de degeneração das células. Por isso, as pessoas precisam fazer atividades físicas para chegar à terceira idade saudáveis”, diz o fisioterapeuta Marcel Trindade, 25 anos.
Os riscos de lesões musculares e articulares, comuns entre corredores, representam uma ameaça aos benefícios que o exercício pode oferecer a quem tem idade avançada. A probabilidade de lesões em um grupo de corredores é compatível com a de pessoas que não correm. Pessoas acima de 50 anos que praticam corrida regularmente vivem mais e desfrutam uma qualidade de vida melhor na velhice. Tais benefícios valem também para outros exercícios aeróbicos vigorosos, como pedalar e caminhar em ritmo acelerado, principalmente quando se provoca o suor e o coração trabalha perto de sua freqüência cardíaca máxima.
“Não dá nem para dizer o quanto eu mudei. Tudo hoje na minha vida é melhor, tudo mesmo. Gosto de chegar ao estádio do Maracanã e ouvir as pessoas dizerem que eu sou melhor do que muita gente jovem”, afirma o aposentado Juliriano Augusto Torres, 89 anos.
A questão que aflige muitos corredores tardios é a quantidade de exercícios. Correr melhora a capacidade cardiorrespiratória e auxilia na prevenção da osteoporose, doença que deixa os ossos fracos e quebradiços, pois com o impacto dos pés contra o solo, ajuda a fixar o cálcio nos ossos.
“Atividades físicas contribuem para o bem-estar físico e emocional de pessoas em todas as faixas etárias e, na terceira idade, em especial, elas atuam como fator preponderante para a melhora da auto-estima, do sentimento de ser útil e de estar atuante na vida”, diz a estudante de psicologia Amanda Bífaro, 22 anos.
A prática de corrida se popularizou muito no Brasil na última década. Essa modalidade conquista adeptos, principalmente, porque proporciona resultados rápidos. Recomenda-se associá-la com exercícios de força e alongamento, para fortalecer a musculatura e diminuir os riscos de lesões.
Ainda que não haja limite de idade para as atividades físicas, é preciso avaliar as condições de um idoso antes de iniciar um treinamento, pois a corrida é um esporte de alto impacto. Por isso, especialmente as mulheres, não o praticam com receio de lesões e fraturas. “Tive um estiramento muscular enquanto corria e com isso aprendi a me alongar e a fazer o aquecimento antes e depois de qualquer atividade, o que me ajudou bastante”, conta a aposentada Balbina de Lima, 67 anos.
O alongamento ajuda a preparar a musculatura para o impacto de uma corrida, já que ele permite o uso de toda a capacidade das articulações em executar o movimento, além de manter o maior grau de mobilidade e a melhor distribuição de forças sobre a cartilagem. A fase de aquecimento também é essencial. Dar uma corridinha de baixa intensidade ou trotar durante alguns minutos antes do treino reduz os riscos de lesões e aumenta o fluxo de sangue para a musculatura.
“Hoje, às vésperas de completar 68 anos, me sinto disposta. Não engordei, continuo usando manequim 40 e sinto o meu corpo jovem, além de perceber uma série de mudanças nos meus hábitos de vida”, finaliza a aposentada.
Amanda Guerini • 5º período • Jornalismo Digital

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