Pesquisas confirmam que, hoje, inúmeras pessoas dependem do tratamento da hemodiálise para viver. Só no Brasil existem cerca de 67 mil pacientes nessa situação. E, em conseqüência disso, o número de hospitais que prestam assistência a estas pessoas vem aumentando a cada dia, na tentativa de suprir a necessidade dos que sofrem desse mal.
A insuficiência renal em um ser humano pode ser leve, moderada ou avançada. Quando a creatinina no sangue está acima de 10mg, chamamos de insuficiência renal terminal, pois o paciente já necessita de hemodiálise, que é um tratamento substitutivo e que devolve quase todas as funções que o paciente perdeu ao longo da doença. Uma das deficiências que causam a paralisação dos rins é o aumento da taxa de açúcar no organismo, conhecida como diabetes, como é o caso da dona de casa Suzana Mello, 36 anos.
“Fiquei diabética aos 18 anos, pois não me cuidava muito bem e comia de tudo. Outras complicações foram surgindo e os meus dois rins pararam de funcionar”. A dona de casa vai três vezes por semana ao hospital, onde permanece sentada durante seis horas para enfrentar mais uma etapa de sua vida: a hemodiálise.
No início da insuficiência renal alguns pacientes urinam normalmente, mas com passar do tempo o renal passa a não eliminar mais esse líquido. Até sua comida passa a ser regulada, cortando e diminuindo certos alimentos.
O tratamento também interfere no período da gravidez. A mulher pode engravidar normalmente, mas sua gestação torna-se um pouco tumultuada. Já os homens têm muitos problemas com ereção e falta de espermatozóides, mas ainda sim, permanecem férteis.
Antes de começar a hemodiálise é necessário que sejam feitas algumas avaliações, tais como pressão sanguínea, freqüência cardíaca e respiratória, entre outras. Esses exames são feitos para ter certeza de que o paciente tem condições para começar mais uma etapa do tratamento.
Segundo o nefrologista Eduardo Marinho, a hemodiálise é um processo que necessita de todo cuidado e atenção, pois é um momento muito delicado, que não depende só dos médicos e sim do próprio paciente. “Um renal pode viver bastante. Isso só depende dele não desrespeitar o tratamento, não ter outras doenças associadas e estar apto para ser transplantado”, afirma o médico.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a taxa de transplantados está na média de 20% da população dialisados. Se o transplante ocorrer com sucesso, o paciente pode se considerar curado, apesar de ter que tomar algumas medicações para evitar possíveis rejeições. Muitas pessoas passam anos na fila esperando por um rim, na tentativa de salvar suas vidas. É o caso de Georgina Miranda, 53 anos.
“Fiz hemodiálise durante dez anos. Depois de um bom tempo na fila de transplantes consegui um doador compatível e fui chamada para realizar alguns exames e ver se realmente eu estava apta para ser transplantada. Felizmente consegui esse milagre. Hoje me sinto uma outra pessoa. Agradeço a Deus todos os dias por ter me dado essa graça”.
Flávia Cunha • 5º período • Jornalismo Digital

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