Desde a popularização da televisão e, conseqüentemente com a chegada da internet, o mundo vem passando por uma verdadeira revolução. Essas mudanças afetam diretamente a vida de todos os cidadãos, principalmente daqueles que não estão psicologicamente formados.
A pequena Camila de Souza, que vive na Lapa com os pais, exemplifica bem esse assunto. Com apenas nove anos, ela já possui um perfil num site de relacionamentos da internet, telefone celular, lap top, MP4 e uma parafernália moderna que até alguns anos atrás era de uso exclusivo dos adultos.
Ela, assim como a maioria das crianças de sua idade, sabe exatamente o que acontece ao seu redor e tem opinião formada sobre os mais variados assuntos, inclusive, sobre o caso da adolescente Eloá, morta pelo namorado dias atrás em São Paulo. “Quem ama não mata”, afirma Camila com a mesma certeza que alega não brincar mais de bonecas, pois, segundo ela, isso é brincadeira de criança pequena.
Essas mudanças comportamentais estão afetando a todos, seja nas classes ricas ou pobres, em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Mas são os pais, que se sentem perdidos sem saber como agir diante de tantas mudanças.
A psicóloga Elane Gouveia, 32 anos, que atua há três num projeto social em Irajá, afirma que as mudanças são positivas, pois atualmente, as crianças, têm mais liberdade para falar o que pensam. O que está deixando os pais sem saber como agir é, segundo ela, a maneira como eles agem com esses pequenos.
Ela atende crianças totalmente sem limites, que nunca foram proibidas de fazer alguma coisa. Esse tipo de atitude dos adultos misturada com o livre acesso à internet e as referências impostas pela mídia são o que, quase sempre, causam danos.
O que Elane e tantos outros especialistas concordam é que o diálogo é a melhor maneira de manter o equilíbrio diante dessas mudanças que acontecem num ritmo tão acelerado.
O fato de uma criança ter um telefone celular ou não querer mais brincar como antigamente não quer dizer necessariamente que isso possa ser prejudicial. Cada geração acompanha o ritmo da sociedade em que vive. Com certeza no interior do país, elas têm outro tipo de brincadeira, pois as referências são outras, mas as mudanças acontecem em todos os lugares o tempo todo.
“Os adultos é que devem estar preparados para lidar com essas crianças que simplesmente dizem o que pensam”, conclui a psicóloga.
Carlos Eduardo de Lima . 5º período . Jornalismo Digital
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