Você nasce e cresce com todos os cuidados, mimos e, às vezes, alguma mordomia dada pelos seus pais. Quando se dá conta, vê que chegou a hora de deixar tudo isso e viver a sua própria vida. Sair de casa é algo que muitos jovens desejam, seja por sonhar com a independência ou por simples rebeldia. Alguns chegam a sair, no entanto continuam sendo sustentados pelos pais e recorrem ao ninho a cada problema que aparece.
Segundo o estudante Wander Mendes, de 21 anos, precisa ter muita coragem para abandonar a casa dos pais e morar sozinho, pois a partir do momento que você toma essa decisão, todo o conforto pode ser perdido em troca de algo incerto.
“Tem alguns jovens que se dão bem. Outros nem tanto. O que adianta sair do lar de seus pais e continuar dependendo deles? Dizer que mora sozinho é fácil. Agora eu quero ver se sustentar e enfrentar as dificuldades.”
Já o estudante Eduardo Ferreira, de 23 anos, que aos 19 foi morar com um amigo durante dois anos e três meses em um conjugado diz que é muito importante essa experiência.
“Saí de casa quando recebei um convite de um amigo para dividirmos um pequeno apartamento. Mas saí porque eu sabia o que eu queria e achei que era a hora certa. Mas, com certeza, não é a mesma coisa. Às vezes, você chega cansado e tem que arrumar a sua própria bagunça e fazer comida, senão morre de fome”.
No entanto, nem sempre a decisão de morar sozinho ou com uma amigo é uma coisa planejada. Vários motivos levam os filhos a tomar essa atitude radical de sair da redoma de vidro que os pais criam para eles, para cair no mundo real. Um dos maiores motivos é a expulsão por pais que não aceitam nenhuma oposição às suas regras e que não esperam que os filhos passem a agir de forma diferente e tomar certas atitudes que eles não desejam. O uso de drogas, as meninas que engravidam e se tornam uma vergonha para a família, um desentendimento ou uma simples discussão também podem se motivos para um convite a se retirar de casa. Um exemplo disso é a comerciante Juliana Santana, de 28 anos, que foi morar sozinha aos 22 após uma briga que teve com seu pai. Ela conta que no início foi tudo muito complicado e difícil, pois não ganhava o suficiente para se manter e, por várias vezes, teve que contar com ajuda financeira de uma tia.
“Fiquei um bom tempo afundada, mas também não voltei para casa, pois o orgulho não deixou. Hoje eu me arrependo um pouco da minha atitude impulsiva, pois ao contrário do que parece, não é tão fácil assim bater a porta da casa dos seus pais, virar as costas e cair no mundo sozinha. Mesmo assim, foi bom porque cresci e aprendi muito”.
Morar sozinho ou dividir a moradia com colegas pode ser complicado. Os hábitos e costumes de cada pessoa podem gerar conflitos graves. A vantagem de morar sozinho pode ser a liberdade de fazer o que deseja. Já a desvantagem é ser o responsável por administrar e pagar as contas, fazer limpeza e cuidar da própria alimentação, entre outras coisas que a vida de um ser independente o obriga a levar.
Flavia Cunha • 5° período • Jornalismo Digital
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