A retomada das atividades sociais pós-pandemia no Rio de Janeiro entrou em vigor no início do mês de junho, porém o plano proposto pelo prefeito da cidade, Marcello Crivella, vem sendo duramente criticada por especialistas da saúde. A capital carioca se encontra atualmente no segundo estágio das medidas de liberação, sendo que existem seis no total. Os shoppings estão funcionando com restrições e cuidados preventivos, como distanciamento e higienização. Além disso, ainda está sob discussão a possível volta de competições esportivas com portões fechados.
O Doutor Marcio Amaral (31), Infectologista pelo Instituto Nacional de Infectologia da FIOCRUZ, analisa o possível cenário da pandemia para os próximos meses. Ele explica que, devido ao alto potencial de transmissão do Coronavírus, o isolamento social como foi feito no Brasil não impediria a manifestação da doença em grande escala.
Desse modo, o Doutor Marcio justifica a importância da quarentena pela necessidade de leitos disponíveis para os casos mais graves e não discorda que chegou o momento do isolamento social ser flexibilizado. No entanto, ele destaca que o plano de flexibilização previsto pela prefeitura carioca está causando mais problemas do que melhorias.
Ele reforça que é essencial analisar a tendência da infecção a cada cinco ou dez dias para avaliar o que é necessário ser liberado. “O ideal é que seja feita uma classificação dos serviços essenciais, estabelecendo uma ordem de prioridade sobre o que precisa ser retomado. Mas o Rio de Janeiro não tem respeitado esse critério com a reabertura do comércio acontecendo em um espaço muito curto de tempo”, ressalta.
Com isso, segundo o Infectologista, espera-se que no mês de julho a primeira e imediata consequência do afrouxamento da quarentena seja o aumento no número de casos, o que leva a necessidade de mais leitos nos CTIs.
Outro efeito esperado é a interiorização dos casos, isto é, uma vez que as pessoas voltam a se deslocar para o trabalho, estudos, comércio e outras atividades elas transmitem o vírus para novos locais. Nesse caso, em sua maioria, para regiões mais precárias e afastadas do centro da cidade, onde pode-se perceber que a quantidade de pessoas se locomovendo é maior. “A previsão para o mês de julho é de piora, devido ao aumento do fluxo de pessoas circulando pela cidade, já que o vírus é transmitido por contágio”, explica.
A recomendação do Doutor Marcio Amaral para os próximos meses continua sendo manter o distanciamento de 1 a 2 metros em qualquer situação ou local. Permanecer com o uso da máscara, seja de pano ou cirúrgica. Além disso, se possível, proteger os olhos com óculos, pois essa região também é porta de entrada para a doença. Lavar a mão sempre que necessário e evitar levá-la aos olhos, boca e nariz. Quanto a higienização dos objetos, é importante se atentar aos que são passados de mão em mão, por exemplo: a entrega de um pedido por delivery ou sacolas de mercado.
Nathalia Caroline / 6º período
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