Com a atual quarentena, muitos grupos de teatro não estão podendo realizar apresentações. Para contornar a situação, a Cia de Artes Nissi desenvolveu a plataforma de Streaming Nissi Play, onde peças teatrais do grupo serão exibidas. O serviço on-line surgiu com a necessidade da cia de se apresentar, mesmo durante o isolamento social.

O missionário Gustavo Lopes, um dos membros da cia, comenta sobre o projeto.
“A Nissi play foi uma forma que encontramos para que as pessoas tenham acesso ao nosso conteúdo e é uma forma de abençoar vidas, até porque nosso slogan é: conteúdo que alimenta”, declara Gustavo.
A plataforma online também tem o objetivo de arrecadar fundos para a Aldeia Nissi, um programa social administrado pela Cia.

Localizada em Angola, um país que sofre com a fome e a pobreza, a Aldeia Nissi cuida de 1.200 crianças carentes, levando até elas educação, alimento e aulas de teatro.
”É um projeto lindo que através da arte consegue transformar a vida das crianças”, declara o diretor da Cia, Caíque Oliveira.

Fundada em 2000 pelo ator e diretor Caíque Oliveira, a Cia Nissi tem como objetivo divulgar o evangelho de Cristo por meio das Artes Cênicas.

Recentemente, o grupo teatral apresentou o musical Rua Azusa, que conquistou a crítica e o público, além de vencer o Prêmio Bibi Ferreira, o mais importante do gênero no Brasil.

Com texto, direção e composições de Caíque Oliveira, o espetáculo abordou a vida do Pastor negro William Joseph Seymour, que viveu em um período caótico dos EUA. Nessa época, o racismo era tão forte no país que até mesmo dentro das igrejas havia segregação racial.
O Pastor William, disposto a acabar com o preconceito, fundou uma congregação inclusiva para negros e brancos na rua Azusa, Califórnia. O movimento evangelístico causou forte impacto na região e influenciou igrejas protestantes, como a Assembleia de Deus.
Os atores Thales Cesar e Kaíque Mello carregaram uma grande reponsabilidade ao interpretar o Pastor Seymour. “É um peso dar vida a um personagem muito forte que revolucionou a história, me sinto muito grato a Deus”, comenta Kaíque.


Outro ator de destaque no elenco foi Kauê Penna. Com apenas 13 anos de idade, o jovem impressionou a plateia com sua voz potente. Para ele, participar do musical foi um misto de sentimentos.
“Nós sentimos uma tristeza pelo que aconteceu naquela época e uma alegria por estar participando desse musical, tão intenso, lindo e maravilhoso”, declara Kauê
Um dos momentos mais impactantes do espetáculo foi a conversão ao cristianismo da meretriz Dalila, representada pela cantora gospel Benner Jacks. Na cena, a artista interpretou a canção All to Jesus I Surrender, em um momento que levou o público às lágrimas. Segundo Benner Jacks, a cena foi 100% real.
“Ali, eu não estou no fictício, não. Eu trago a minha realidade diante de Deus, o que Ele fez comigo”, declara a artista.

Para a atriz, o momento foi emocionante, pois lhe trouxe fortes lembranças. Benner Jacks viveu um período de vícios em sua vida, chegando a fumar cerca de 60 cigarros por dia. Devido a isso, a artista perdeu parte do pulmão direito, e, o esquerdo, passou a ter mal funcionamento, o que fez os médicos lhe darem 6 meses de vida. Benner relatou ter sobrevivido graças a um milagre.
“Um Jovem me encontrou em um condomínio em São Paulo e começou a me evangelizar. Ele me convidou para ir a uma igreja evangélica, eu fui e ali Jesus falava que mudaria a minha história. Eu entreguei a minha vida, me rendi e, com quinze dias, os médicos constataram os meus dois pulmões normais para a glória de Deus!”, declara Benner.
Outra atriz de destaque foi Mericia Cassiano, que interpretou Miss California, a meretriz de maior prestígio de um prostíbulo na rua Azusa. Em determinado momento da peça, a artista encenou um monólogo emocionante, relatando o drama de sua personagem, uma mulher negra, vítima de preconceito e abusos sexuais. Durante à cena, ela entoou a canção gospel Porque Ele Vive, de forma impactante.

Para Mericia, interpretar a Miss California foi um grande desafio, pois se tratou de uma personagem verídica.
“Foi um momento muito forte para mim. Ela (a personagem) estava em uma igreja onde brancos e negros se reuniam para orar, uma igreja que recebia também prostitutas e minorias. É preciso ter essa atitude hoje, infelizmente, a sociedade não mudou muito,” declara Mericia.
O elenco do musical foi composto por cerca de 36 atores, e cada membro passou por três trocas de roupas durante à peça. O figurino confeccionado por Marina Mikalauskas foi produzido com base em pesquisas históricas.

O espetáculo também contou com o trabalho do fonoaudiólogo Wendel Pereira, que orientou os artistas a relaxarem e a dominarem a musculatura da laringe para que as vozes estivessem bem colocadas no palco durante às apresentações.
Rua Azusa, estreou em São Paulo, encerrou uma bem sucedida temporada no Rio de Janeiro e, em breve, voltará aos palcos. Enquanto isso, outras peças teatrais da Cia Nissi estão disponíveis na plataforma de streaming do grupo: Nissi Play.
Gabriel Murillo Monteiro – 7º Período
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